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Kiev diz que Rússia quer levar diálogo a um 'beco sem saída antes mesmo de começar'

Ucrânia acusa Rússia de alegar, falsamente, que Kiev se recusa a sentar para dialogar; governo russo anunciou que ofensiva militar vai continuar

Internacional|Do R7

Veículos armados ucranianos percorrem as ruas de Kiev para defender a capital
Veículos armados ucranianos percorrem as ruas de Kiev para defender a capital

A Ucrânia acusou a Rússia, neste sábado (26), de querer levar possíveis negociações para acabar com a guerra a um "beco sem saída antes mesmo de começarem", alegando falsamente que Kiev se recusa a sentar para dialogar. Mais cedo, o Kremlin afirmou que a Ucrânia teria arruinado uma tréguia por negar-se a negociar

"Seus comentários de que supostamente nos recusamos a negociar são apenas parte de suas táticas", disse neste sábado Mykhailo Podoliak, assessor do chefe de gabinete da Presidência ucraniana.

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O Kremlin declarou horas antes que o presidente Vladimir Putin ordenara, nesta sexta-feira (25), a paralisação da ofensiva do Exército russo na Ucrânia, aguardando uma resposta de Kiev sobre um processo de negociação para interromper a guerra. Porém, Putin autorizou a retomada da ofensiva após acusar o presidente ucraniano Volodmir Zelenski de recusar o diálogo.

Ainda neste sábado, o governo russo deu ordens a seu Exército para seguir com as ofensivas militares "em todas as direções" na Ucrânia.


"Ontem, devido à espera por negociações com a liderança ucraniana, o comandante-chefe e presidente da Rússia ordenou a interrupção do avanço do grosso das tropas", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov. "Como o lado ucraniano essencialmente rejeitou as negociações, o avanço das tropas russas foi retomado neste sábado de acordo com o plano da operação", acrescentou.

Kiev atacada na madrugada

"A mentira dos russos de que eles supostamente tinham ordem de parar é comprovada pela própria realidade que o mundo inteiro viu na madrugada de sábado. E nesta manhã. A luta foi feroz, em intensidade máxima. Justamente porque o presidente Zelenski categoricamente não aceita quaisquer condições e ultimatos inaceitáveis para a Ucrânia, apenas negociações com regras", enfatizou Podoliak.


O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, deixou claro nesta sexta-feira qual a condição que a Rússia estabelece para negociar.

Segundo Lavrov, o diálogo só será possível "após a restauração da ordem democrática na Ucrânia", ou seja, após uma mudança de governo em Kiev. Por sua parte, Putin sugeriu ontem um golpe de estado e pediu ao Exército ucraniano que "tomasse o poder", pois considera que seria mais fácil falar com os militares do que com Zelenski.


Membros das Forças de Defesa Territorial da Ucrânia recebem armas para defender a cidade de Kiev
Membros das Forças de Defesa Territorial da Ucrânia recebem armas para defender a cidade de Kiev

A Rússia alega que quer "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia, além de exigir que nunca se junte à Otan. O próprio Zelenski declarou na noite da quinta-feira (24), após o primeiro dia da invasão russa, que estava disposto a discutir a neutralidade de seu país em relação à Aliança Atlântica em troca de garantias para a Ucrânia.

"Qualquer guerra inevitavelmente termina com negociações. A Ucrânia ouviu a posição de negociação delineada em Moscou. Eles [os russos] conhecem nossa opinião sobre o formato da negociação e nossa posição negociadora", observou Podoliak.

"Está claro que é necessária uma abordagem diferente. As negociações devem ser baseadas no bom senso e de tal forma que uma solução justa possa ser alcançada no interesse do povo e do Estado da Ucrânia. Com sua resistência, os ucranianos mostraram que nos levar a um beco sem saída é uma ambição irreal", acrescentou.

Belarus ofereceu-se para acolher as conversações em Minsk, mas, segundo a Rússia, a Ucrânia propôs Varsóvia como um local alternativo para o diálogo, pois considera que o presidente bielo-russo Aleksandr Lukashenko não é neutro, após o que – de acordo com o Kremlin – houve silêncio por parte de Kiev e nenhum progresso foi feito na especificação de um dia e um local.

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