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Larvas em prédio revelam corpo de vizinha morta há dois anos

Mulher morreu em 2019, mas restos só foram recuperados em 2022, durante invasão policial

Internacional|Larissa Crippa*, do R7

Moradores ligavam para autoridades responsáveis, por causa de cheiro estranho, mas ninguém aparecia
Moradores ligavam para autoridades responsáveis, por causa de cheiro estranho, mas ninguém aparecia Moradores ligavam para autoridades responsáveis, por causa de cheiro estranho, mas ninguém aparecia

Uma moradora de um bloco habitacional em Peckham, no sul de Londres, estava vivendo situações dignas de "um filme de terror", como ela mesma disse à BBC News. Larvas e vermes apareciam por todo o seu apartamento, e às vezes chegavam a despencar do teto.

A origem dos bichos, infelizmente, é ainda pior. Eles estavam vindo da casa de cima, onde o corpo de Sheila Seleoane, de 61 anos, apodrecia desde 2019. A mulher, que vivia no prédio, morreu dentro da residência e ninguém percebeu.

Os vizinhos desconfiavam que algo estava errado, já que Sheila não era mais vista, e muitas vezes o prédio era tomado por um cheiro "estranho". Três colegas da mulher chegaram a registrar seu desaparecimento em 2020, mas a polícia não deu retorno.

A vizinha que estava sofrendo com as larvas, que preferiu não se identificar, tentou obter ajuda dos locadores diversas vezes. Ao ligar para a Peabody, empresa responsável pelos apartamentos, ouviu que o grupo "não lida com larvas".

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Outros vizinhos também tentaram obter ajuda da companhia, que continuava afirmando que iria "averigua". Os moradores tentavam neutralizar o cheiro que vinha do andar de Sheila com toalhas e produtos de limpeza, mas disseram ao jornal que às vezes não conseguiam comer nem dormir por causa do odor.

A polícia da região chegou a ir até o prédio umas duas vezes, como contam as testemunhas, mas não achou necessário forçar a entrada na casa da mulher e foi embora. Na segunda vez, um erro de comunicação fez com que a delegacia registrasse que a mulher tinha sido visitada e estava bem.

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Além disso, a Peabody, em vez de vistar a inquilina quando ela parou de pagar as contas e seu gás foi cortado, apenas presumiu que a mulher estava sem dinheiro e solicitou pagamento do governo, que estava quitando os boletos da idosa como forma de auxílio. 

A empresa se limitou a fazer algumas ligações e enviar cartas e avisos sem que ninguém fosse conferir o local. 

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Depois de muita insistência, as autoridades acabaram arrombando o apartamento de Sheila e encontraram seu cadáver, em fevereiro de 2022, praticamente apenas em ossos, num estado avançado de decomposição, o que tornou impossível identificar a causa da morte. 

Agora, meses depois de o corpo ter sido retirado, as famílias consideram processar os proprietários do prédio por negligência. "Estamos sendo negligenciados. Eles não se importam conosco. Eles só se preocupam com o dinheiro e nada mais", comentou Audrey, uma residente do edíficio. 

Ash Fox, diretora de operações da Peabody Trust na época, disse no inquérito que a associação habitacional está construindo um relatório independente. Ela explica que a empresa foi erroneamente informada pelas autoridades de que a idosa estava bem e lamenta a falta de comunicação.

"Havia pontos que poderiam ter sido unidos mais cedo e coisas que poderiam ter sido feitas para "soar o alarme" mais rapidamente e reunir essas evidências" declarou. "Algo deu errado, e houve um atraso nas informações. Não houve, com base nas evidências fornecidas, nenhuma comunicação real entre as equipes de aluguel, gás e gerente de bairro." As investigações continuam, e o caso está em apuração. 

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