Lavrov afirma que intervenção na Venezuela seria "catastrófica"
Ministro das Relações Exteriores da Rússia disse que governo se opõe completamente a participação dos EUA em crise de país sul-americano
Internacional|Da EFE
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, declarou nesta segunda-feira (6) que o governo do país se opõe totalmente a uma intervenção militar na Venezuela por parte dos Estados Unidos, justificando que uma operação desse tipo seria "catastrófica".
"Somos categoricamente contra uma intervenção militar. O uso da força só pode ser autorizado pelo Conselho de Segurança da ONU, ou em resposta a uma agressão contra um Estado soberano. Na Venezuela não se observa nada parecido com isso", afirmou Lavrov à imprensa.
O chanceler russo abordou o tema da Venezuela durante uma reunião com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo. O encontro fez parte de uma cúpula ministerial do Conselho Ártico realizada na cidade de Rovaniemi, na Finlândia.
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Após a reunião, que Lavrov considerou "boa e construtiva", o chefe da diplomacia russa relatou que não encontrou nenhum país que realmente seja a favor de resolver a crise venezuelana com uma intervenção armada.
"Partindo dos meus contatos com meus colegas americanos e outros, europeus, latino-americanos, não vejo partidários de uma solução militar imprudente. Espero que todos compartilhemos esta visão. Não se buscará uma solução militar porque seria catastrófica", disse.
Lavrov comentou que a reunião com Pompeu representou um passo à frente com relação à conversa por telefone que tiveram dois dias atrás os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos EUA, Donald Trump.
"Nossos presidentes decidiram se reunir quando houver a possibilidade, e estou confiante que haverá a ocasião", opinou, mas sem dar possíveis datas para o encontro. A única reunião bilateral entre Putin e Trump até o momento foi realizada na capital finlandesa, Helsinque, em julho do ano passado.
Recentemente, o governo dos EUA afirmou que não descarta nenhuma opção, incluindo uma intervenção militar, para apoiar Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países. A Rússia, por outro lado, considera Nicolás Maduro o único presidente legítimo da Venezuela.