'Lei da escravidão' causa protestos massivos na Hungria

A nova lei trabalhista permite que os empregadores atrasem o pagamento por três anos e exijam até 400 horas-extras por ano

18/12/2018 - 11h39 (Atualizado em 22/02/2024 - 10h26)

A emissora pública da Hungria, MTVA, tornou-se na última segunda-feira (17) o mais recente alvo de manifestantes indignados com a controversa nova lei trabalhista do governo do primeiro-ministro de extrema-direita, Viktor Orbán. Veja fotos do protesto abaixo.

Os protestantes foram às ruas pelo quinto dia consecutivo para se opor ao que eles chamam de "lei da escravidão".

Mais cedo, dois parlamentares foram jogados para fora da sede da emissora depois que eles tentaram transmitir uma petição contra as medidas.

A nova lei trabalhista permite que os empregadores atrasem o pagamento por três anos e exijam até 400 horas-extras por ano.

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Além disso, o governo ainda aprovou uma lei que estabelece novos tribunais administrativos para responder ao governo. Eles serão responsáveis de dar tratativas a temas como a lei eleitoral, protestos e acusações de corrupção.

Pelo menos 10 mil pessoas se reuniram em Budapeste no domingo (16) contra o governo, que, por sua vez, afirma que a reforma trabalhista beneficiará os trabalhadores, bem como as empresas que precisam preencher uma escassez de mão de obra.

Milhares de húngaros foram às ruas de Budapeste neste domingo (16) para o quarto protesto em uma semana de manifestações contra o que classificam como uma escalada autoritária do primeiro-ministro Viktor Orban. As informações são da agência de notícias Reuters

Cerca de 10.000 manifestantes enfrentaram temperaturas negativas e, empunhando bandeiras da Hungria e da União Europeia, marcharam desde a histórica Praça dos Heróis até o Parlamento húngaro em Budapeste. A passeata foi intitulada "Feliz Natal, Primeiro-Ministro"

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A marcha correu de forma pacífica na maior parte do tempo — até que a polícia usou gás lacrimogêneo contra manifestantes em frente a uma emissora de TV durante a noite. Imagens divulgadas pela imprensa mostraram pessoas agachadas e cegas pelo gás

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Os protestos foram organizados por partidos oposicionistas do governo, estudantes e sindicatos para exigir uma mídia livre, a retirada de uma lei trabalhista que aumenta as jornadas no país e um judiciário mais independente

Entre os cartazes, era possível ler inscrições como "Tudo o que eu quero para o Natal é democracia"

A tropa de choque da polícia húngara acompanhou a manifestação de domingo — uma das maiores desde que Orban subiu ao poder, em 2010, e começou a usar sua maioria parlamentar para pressionar juízes, veículos de comunicação e organizações não-governamentais

Viktor Orban está em seu terceiro mandato como primeiro-ministro e se projetou como um salvador da cultura cristã da Hungria contra o crescimento da migração de muçulmanos para a Europa

No sábado (15), o partido de Orban declarou que "criminosos" estavam por trás dos "motins nas ruas"

Segundo a Reuters, Orban vive entrando em confronto com a União Europeia por conta de suas medidas — o primeiro-ministro teria adaptado o sistema eleitoral húngaro para favorecer seu partido, o Fidesz, e colocar seus aliados à frente das instituições

$Raramente, entretanto, Orban enfrentou tamanhas manifestações de grupos de dentro país — onde a oposição é considerada fraca e fragmentada$

Milhares de húngaros foram às ruas de Budapeste neste domingo (16) para o quarto protesto em uma semana de manifestações contra o que classificam como uma escalada autoritária do primeiro-ministro Viktor Orban. As informações são da agência de notícias...