Líder da oposição em Belarus foge para Lituânia
Tikhanouskaya buscou refúgio, em meio a protestos impulsionados pela suspeita de fraude na reeleição de Lukashenko, presidente há 25 anos
Internacional|Do R7
A líder da oposição bielorrussa Svetlana Tikhanouskaya juntou-se aos filhos na vizinha Lituânia, disse a ministra das Relações Exteriores da Lituânia na terça-feira (11), após duas noites de confrontos devido à contestada reeleição do presidente Alexander Lukashenko.
A principal líder da oposição em Belarus diz que tomou "uma decisão muito difícil" ao deixar o país, depois de contestar um resultado eleitoral que afirmou ter sido fraudado e apresentar uma reclamação sobre os resultados das eleições ao Comitê Central de Eleições.
Em um vídeo do YouTube, Svetlana Tikhanovskaya disse que fez isso por seus filhos enquanto os protestos continuavam pela segunda noite.
Houve preocupação com o paradeiro de Tikhanouskaya depois que sua equipe de campanha disse na segunda-feira (10) que não conseguiu contatá-la por telefone horas depois de ela sair de uma reunião com funcionários da comissão eleitoral central.
Os Protestos
Pelo menos uma pessoa morreu quando a polícia entrou em confronto com os manifestantes na segunda-feira, de acordo com o Ministério do Interior do país, depois da acusação de fraude na votação e críticas generalizadas de líderes ocidentais.
Neste segundo dia de protestos em massa, onde marchas em Minsk foram acompanhadas por pessoas de outras cidades de Belarus, os manifestantes se aglomeraram nas ruas da capital do país, lançaram coquetéis molotov contra a polícia e construíram barricadas para latas de lixo.
Em um dos pontos críticos de Minsk, perto da Praça Pushkinskaya, a polícia usou gás lacrimogêneo, granadas leves e balas de borracha contra os manifestantes.
As eleições
Tikhanouskaya, 37, emergiu da obscuridade há algumas semanas para montar o maior desafio em anos ao governo de Lukashenko, candidatar-se às eleições depois que seu marido blogueiro foi preso.
Os resultados da pesquisa deram ao presidente Alexander Lukashenko 80% dos votos, mas houve inúmeras alegações de fraude.
No poder há mais de um quarto de século, Lukashenko comparou os manifestantes a gangues criminosas e revolucionários perigosos com sombrios patrocinadores estrangeiros.
Observadores estrangeiros não consideram que há uma eleição livre e justa em Belarus desde 1995. Na corrida eleitoral deste ano, as autoridades prenderam os rivais de Lukashenko e abriram investigações criminais contra outros que expressaram oposição.