Líder das Farc Iván Márquez rejeita assumir cargo no Senado

Ele e outros nove ex-líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia deveriam ser empossados no Congresso na sexta-feira

16/07/2018 - 21h33 (Atualizado em 22/02/2024 - 04h31)

O ex-comandante da guerrilha da Colômbia Farc Ivan Márquez disse nesta segunda-feira que não assumirá seu assento no Senado nesta semana para protestar contra a prisão do rebelde Jesus Santrich e mudanças no acordo de paz que, que segundo ele, o desfigurou.

Márquez e outros nove ex-líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia deveriam ser empossados no Congresso na sexta-feira como parte de um acordo de paz assinado no final de 2016 que pôs fim à parte deles em um conflito de cinco décadas.

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Benkos Bioho, outro ex-combatente das Farc, assumirá sua vaga, de acordo com relatos da mídia.

Márquez também apontou mudanças no acordo de paz original e a não permissão para que o grupo se converta para a política legal como razões para sua decisão.

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"Eu sinto que a paz colombiana está presa nas redes de traição, e não tanto porque o acordo não se materializou - o que requer algum tempo - mas por causa das modificações introduzidas que desfiguraram o acordo", disse Márquez em uma carta divulgada na imprensa local.

O presidente eleito de direita, Ivan Duque, assumirá o cargo em 7 de agosto, substituindo o presidente Juan Manuel Santos, que ganhou um prêmio Nobel da Paz por seus esforços para acabar com a guerra. Duque tem dito que fará modificações no acordo e quer que os líderes das Farc cumpram sentenças por crimes antes de tomarem seus lugares.

As Farc foram autorizadas a formar um partido político, que manteve sua famosa sigla como Força Alternativa Revolucionária do Comum. Como parte do acordo, cinco assentos em cada Casa foram reservados a ela até 2026.

Ex-combatentes das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) começaram a devolver milhares de armas e
outros materiais em campos especiais enquanto o processo de seis meses de
desarmamento continua no país

O grupo armado assinou um
acordo de paz com o governo no ano passado para dar um fim ao maior conflito já
existente na América Latina, que já matou mais de 220 mil pessoas e desalojou
milhares de suas casas

As armas entregues às Nações
Unidas serão armazenadas em contêineres até que elas possam ser transferidas
para museus. Os rebeldes devem entregar os itens até junho

Membros da unidade rebelde
Jacobo Arenas, que atuava nas montanhas da Província de Cauca, estavam entre os
6.900 combatentes que deixaram os campos clandestinos que eles habitavam por
décadas, cruzando o país a pé, de barco ou caminhão

Essas zonas serão suas
futuras casas no futuro quando eles completarem o processo judicial para determinar
se eles cumprirão sentenças especiais por crimes de guerra ou serão anistiados

Sob os termos do acordo de
paz, as FARC, que foram criadas como um movimento camponês há 52 anos, vai
formar movimentos políticos na América do Sul

As lideranças das FARC se
preocupou com as condições de alguns campos, que sofrem com a falta de
banheiros permanentes e instalações como academias, que foram acordadas com o
governo

Alguns membros da organização
disseram à mídia local que não vão devolver as armas até que que campos se
tornem mais habitáveis para os guerrilheiros

O governo afirma que está
trabalhando o mais rápido possível para terminar de fechar os campos

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