Internacional Líderes da União Europeia aprovam sanções adicionais contra a Rússia

Líderes da União Europeia aprovam sanções adicionais contra a Rússia

Conselho Europeu concordou com medidas restritivas que estabelecerão consequências graves ao governo russo 

Agência EFE
Cidades ficaram parcialmente destruídas após bombardeios russos

Cidades ficaram parcialmente destruídas após bombardeios russos

ARIS MESSINIS/AFP

Os líderes da União Europeia deram nesta quinta-feira (24) sinal verde a novas sanções contra a Rússia, após o início da operação militar na Ucrânia, que afetam os setores financeiro, energético, bens de dupla utilização, transportes e vistos.

"O Conselho Europeu concordou com medidas restritivas adicionais que vão impor consequências graves e maciças à Rússia por sua ação", declaram os dirigentes europeus nas conclusões aprovadas durante cúpula realizada hoje em Bruxelas.

As conclusões especificam que as sanções abrangem o setor financeiro, os setores da energia e dos transportes, bens de dupla utilização, bem como o controle das exportações e o financiamento das exportações e a política de vistos. Os líderes da UE também enfatizam que a lista de indivíduos russos afetados pelas sanções da comunidade será expandida.

Após a aprovação dos dirigentes, as sanções terão que seguir o procedimento formal necessário para que sejam adotadas e entrem em vigor, com um próximo passo nesta sexta-feira (25) em um conselho extraordinário de ministros das Relações Exteriores em Bruxelas.

"O Conselho Europeu condena nos termos mais enérgicos a agressão militar não provocada e injustificada da Federação Russa contra a Ucrânia", destacam as conclusões, pedindo a Moscou que "cesse imediatamente" o ataque à Ucrânia.

Os dirigentes também observam que a Rússia "tem total responsabilidade por este ato de agressão e toda a destruição e perda de vidas que causará", acrescentando que Moscou terá que prestar contas.

Nas conclusões, da mesma forma, eles pedem à Rússia que "pare com suas campanhas de desinformação e ataques cibernéticos" e também "lamentam a trágica perda de vidas e sofrimento humano causado pela agressão" de Moscou.

Os líderes também condenam "duramente" o envolvimento de Belarus na invasão, já que algumas tropas entraram na Ucrânia a partir daquele país, e pedem a Minsk "que cumpra suas obrigações internacionais". Em qualquer caso, os dirigentes do bloco pedem "preparação e adoção urgente" de novas sanções econômicas e individuais contra Belarus.

Os 27 países da UE também reiteram mais uma vez seu apoio "inabalável" à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas, ao mesmo tempo em que pedem a todos os países que "não reconheçam as duas entidades autoproclamadas separatistas" da região ucraniana do Donbass e que "não as ajudem de forma alguma".

Além disso, ressaltam que a UE está "unida" em sua solidariedade à Ucrânia e continuará a apoiar o país e seu povo juntamente com seus parceiros internacionais, inclusive por meio de apoio político, financeiro, humanitário e logístico adicional e de uma conferência internacional de doadores.

Os dirigentes europeus também não se esqueceram de incluir nas conclusões desta cúpula seu reconhecimento das "aspirações europeias e da escolha europeia da Ucrânia", tal como estabelecido no Acordo de Associação com a ex-república soviética. Sobre o uso da força e coerção para mudar as fronteiras, o Conselho Europeu diz que acredita "firmemente" que este tipo de ação "não tem lugar" no século 21.

Nesse sentido, eles sustentam que tensões e conflitos devem ser resolvidos exclusivamente por meio do diálogo e da diplomacia. Além disso, a UE continuará a cooperar "estreitamente" com seus vizinhos e reitera seu "apoio inabalável" e seu "compromisso" com a soberania e integridade territorial da Geórgia e da República da Moldávia, também ex-membros da antiga esfera soviética. Para atingir todos esses objetivos, a UE continuará "em forte coordenação com parceiros e aliados, dentro da ONU, da Osce, da Otan e do G7".

Por último, o Conselho Europeu pede que se leve adiante o trabalho de preparação e disposição em todos os níveis para que se concretizem todas estas decisões e convida a Comissão Europeia, em particular, a apresentar medidas de contingência, também no âmbito energético. 

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