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Linha de metrô que desabou no México tinha histórico de erros

A linha 12, que desabou matando 24 pessoas, já havia fechado por problemas estruturais e sofreu danos com terremoto em 2017

Internacional|Do R7. com AFP e EFE

CLAUDIO CRUZ/AFP

O acidente na linha 12 do metrô da Cidade do México, que deixou pelo menos 24 mortos e mais de 80 feridos, coroa um histórico de falhas que marcaram a obra desde seu início. A chamada Linha Dourada teve um custo estimado de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6,5 bilhões), tem 24,5 quilômetros de extensão e liga as regiões leste e oeste da capital mexicana.

Leia também: Acidente em metrô na Cidade do México deixa ao menos 23 mortos

A via foi inaugurada em 30 de outubro de 2012 pelo então prefeito da cidade e atual chanceler do país, Marcelo Ebrard, que hoje é visto como um potencial candidato da situação para suceder o presidente Andrés Manoel Lopez Obrador na eleição presidencial de 2024.

Desde o início das operações foram detectados desgastes nos trilhos e nas rodas dos trens, motivo que levou o governo da capital, já encabeçado pelo sucessor de Ebrard, Miguel Ángel Mancera, a suspender o serviço em 12 estações em março de 2014.


Um estudo feito pela empresa Systra, encomendado por Mancera, concluiu que havia problemas no projeto, operação e manutenção da linha.

Em 2015, diante de uma comissão investigadora do Congresso, Ebrard conseguiu ser isentado das falhas.


Perícia estrangeira

Após o acidente de segunda-feira, em que a via elevada desmoronou e vários vagões despencaram no canteiro da uma avenida cujo percurso ela acompanhava, Ebrard disse que está à disposição das autoridades para as investigações.

"De minha parte, me coloco à inteira disposição das autoridades, para tudo o que seja necessário. Mas entendo que há muitas motivações de ordem política", afirmou.


Claudia Sheinbaum, atual prefeita da capital, assegurou que a tragédia foi causada pela quebra de uma das vias do viaduto, de cerca de 12 metros de altura. No vídeo abaixo é possível ver o momento do acidente.

"A sociedade tem direito a saber a verdade, por isso será realizada uma perícia externa. Estamos buscando uma empresa internacional com certificação tanto em metrô como em assuntos estruturais, para que faça os estudos", anunciou Sheinbaum, que também faz parte dos possíveis futuros candidatos presidenciais, nesta terça-feira (4).

Por sua vez, o presidente Andrés Manuel López Obrador, também prometeu não medir esforços para descobrir as causas do acidente. "Haverá uma investigação a fundo, procurando saber a verdade, o que realmente aconteceu", disse ele, em entrevista coletiva no Palácio Nacional.

Mais problemas

Os problemas da linha 12 continuaram com o terremoto de 7.1 graus de intensidade que atingiu o México em 19 de setembro de 2017, que deixou 370 mortos e mais de 7 mil feridos, especialmente na capital.

Após o tremor, foram encontrados danos em 6 estações da linha, que foram fechadas.

Fernando Espini, líder do sindicato dos trabalhadores do metrô, disse nessa terça-feira à emissora local Milenio que engenheiros já tinham comunicado problemas em diversas ocasiões.

"Pode ter sido descuido, que não deram importância", acrescentou, lembrando que, diferente de outras linhas de metrô, a 12 recebe manutenção de uma empresa terceirizada.

A prefeita, no entanto, assegurou que "todos os dias é realizado um processo de manutenção na linha 12 em diferentes pontos", e pediu que as pessoas "não especulem".

Em janeiro de 2018, o metrô havia anunciado que reforçou a estrutura da linha.

Veja abaixo imagens do acidente

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