Um eclipse lunar total, conhecido popularmente como “Lua de sangue”, vai ocorrer na noite de domingo (15) para segunda-feira (16). O fenômeno ocorre duas semanas após um eclipse solar parcial e poderá ser visto em todo o Brasil. De acordo com Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório de Astronomia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), um eclipse lunar ocorre quando a Lua entra na sombra da Terra e deixa de receber parte da luz do Sol. “Atrás da Terra tem um cone de sombra, e então, de vez em quando, a Lua cheia passa pela sombra, atravessa esse cone no espaço e acontece um eclipse lunar”, explica. “Pode ser que às vezes o satélite só passe raspando ou parcialmente pela sombra da Terra; então nós temos um eclipse lunar parcial.” Assim, para que haja um eclipse lunar total, é necessário que a Lua inteira mergulhe na sombra da Terra. O satélite natural da Terra não ficará totalmente escuro durante o eclipse deste fim de semana. Langhi conta que, quando a luz do Sol bate na Terra, a maior parte da luz é bloqueada e uma sombra atrás do planeta se forma. Porém a atmosfera, que é uma camada fina de gases na superfície do planeta, permite a passagem de parte da luz. “Os gases da atmosfera desviam a luz do Sol para dentro do cone de sombra, então existe um pouquinho de luz solar entrando. Por isso o eclipse não deixa a Lua ficar totalmente escura, ela fica avermelhada”, explica o astrônomo. Mesmo com o envolvimento da luz do Sol, nenhuma precaução é necessária para observar o fenômeno, diferentemente do que ocorre em um eclipse solar, quando é preciso colocar uma proteção especial para os olhos. “Se a pessoa tiver binóculo, poderá apontar o binóculo. Se tiver telescópio, também poderá apontar o telescópio. Não é preciso filtro, e é muito lindo esse fenômeno. A gente só precisa de um céu sem nuvens”, diz Rodolfo Langhi. O especialista afirma que o melhor lugar para observar o fenômeno será na América do Sul e na América Central, não importa se é uma área urbana ou rural. Parte da África e da América do Norte também conseguirá vê-lo. “Nós vamos ver o eclipse completo, desde a hora em que a Lua começa a entrar na sombra, às 23h27 de domingo (15). E ela só vai sair completamente às 2h55 da segunda-feira (16). O máximo, o ápice, vai ser à 1h11 do dia 16.” O fenômeno não é tão raro. Todos os anos, ocorre um eclipse lunar total ou mais de um eclipse lunar. “Mas, considerando o fato de que é preciso esperar de um ano para outro e de que às vezes esperamos um eclipse total e naquela noite fica nublado ou chove e o perdemos, como aconteceu no último aqui em Bauru, acaba sendo raro”, diz Langhi. O próximo eclipse, que vai ocorrer no dia 28 de outubro de 2023, será um eclipse lunar parcial, visto durante o nascer da Lua. “A gente acaba sempre esperando com bastante expectativa o próximo eclipse, tanto para uma observação casual de deleite, de contemplação, quanto para a coleta de dados para fins científicos. Então, vamos esperar aí uma excelente noite para todos nós”, conclui Langhi.*Repórter do R7, sob supervisão de Pablo Marques