Madri retira placas de ruas com nomes da era Franco

Muitos dos nomes referem-se a generais que participaram do golpe militar contra a república espanhola em 1936 e a Guerra Civil que se seguiu

27/04/2018 - 22h43 (Atualizado em 22/02/2024 - 11h17)

Trabalhadores em Madri removeram placas de ruas com nomes ligados ao governo do ditador espanhol Francisco Franco nesta sexta-feira, apesar da oposição de alguns na Espanha, que acreditam que seu legado deve ser preservado.

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O conselho da cidade de Madri disse que cerca de 49 ruas seriam renomeadas ao longo dos próximos dias. O processo tem tido disputas legais em um demonstração de como a Espanha ainda luta para chegar a um acordo sobre seu passado ditatorial.

Muitos dos nomes referem-se a generais que participaram do golpe militar contra a república espanhola em 1936 e a Guerra Civil que se seguiu. As ruas voltarão aos seus nomes pré-franquistas ou, se isso não for possível, em homenagem a mulheres ilustres, instituições de ensino ou políticos, disse o conselho.

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Os historiadores estimam que até 500.000 combatentes e civis foram mortos nos lados republicano e nacionalista na guerra. Após o fim, dezenas de milhares de inimigos de Franco foram mortos ou aprisionados em uma campanha para acabar com a dissidência.

Com o esforço de renomear as ruas, as autoridades de Madri invocaram a Lei de Memória Histórica de 2007, introduzida sob o governo socialista anterior, que previa a remoção de estátuas e a mudança de nomes de lugares ligados ao regime de Franco.

O plano foi aprovado em 2015, mas foi alvo de recurso nos tribunais pela Fundação Francisco Franco - que trabalha para manter viva a memória do ditador. Este apelo foi mais tarde anulado por um tribunal de Madri.

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Segundo o primeiro-ministro, seu posicionamento se dá com base no artigo 155 da Constituição

"Estamos diante de um processo unilateral, que não cumpriu a lei e que buscou o confronto", disse Rajoy

A Catalunha protagoniza manchetes por todo mundo devido às tentativas de alguns líderes políticos para tornar a região independente do resto da Espanha. O que alimenta o sentimento catalão são idioma, costumes e leis diferentes em relação à Madri.

A Espanha consiste em 17 regiões autônomas que englobam 50 províncias que formam um país descentralizado e, no mínimo, economicamente assimétrico

Com o apoio do rei Afonso 13, iniciou-se uma ditadura comandada pelo general Primo de Rivera, que durou entre 1923 a 1930. Em 1931, depois da abdicação do rei, foi proclamada a Segunda República Espanhola, com o intuito de modernizar o estado e a economia do país. Porém, movimentos contrários ao movimento republicano enfrentam a Constituição dando início à guerra civil em 1936. Em 1939, ao fim do conflito armado que deixou mais de 500 mil mortos, quem assumiu foi outro general: Francisco Franco. Em 1932, a Catalunha já possuía um estado autônomo, mas em 1939, Franco com apoio dos nacionalistas, começou a reprimir qualquer tipo de autonomia catalã. Com sua morte, em 1975, a Espanha finalmente começou a transição para a democracia. Isso também fez com que a Catalunha começasse a engatinhar de novo com o propósito de conseguir independência.

As diferentes regiões acabaram criando um país assimétrico e descentralizado: em 1980, a região de Andaluzia conseguiu ser reconhecida como comunidade autônoma

A Catalunha é uma das 17 comunidades espanholas autônomas, fundadas após a ditadura franquista, como forma de descentralizar o poder

Para a presidente da Assembleia catalã, Carme Forcadell, a decisão trata-se de um "golpe" e um "ataque contra a democracia".

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Em 1512, o casal anexou o reino de Navarra ao enorme Estado espanhol. Era o começo da Espanha como conhecemos hoje.

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