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Maduro e aliados são condenados nos EUA a pagar mais de R$ 780 milhões a preso político torturado

Além do presidente da Venezuela, foram sentenciados membros da sociedade civil e militar, das Farc e do Cartel de los Soles

Internacional|Do R7

Nicolás Maduro pode ter bens apreendidos, segundo decisão de juiz dos EUA
Nicolás Maduro pode ter bens apreendidos, segundo decisão de juiz dos EUA

Um juiz federal de Miami, nos Estados Unidos, condenou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e aliados a pagar 153 milhões de dólares (mais de R$ 780 milhões) a Carlos Marrón, um preso político que ficou 878 dias detido e alega ter sido torturado pelas autoridades do país.

Além de Maduro, o juiz Federico A. Moreno condenou integrantes da sociedade civil e militar da Venezuela, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o Cartel de los Soles.

De acordo com o portal argentino Infobae, o grupo foi condenado por desacato por falta de respostas às exigências judiciais. Todos os citados deverão dividir o valor da indenização estabelecida pelo juiz, que será repartida posteriormente entre Marrón, a esposa e os filhos.

Para que a decisão seja cumprida, o tribunal de Miami estabeleceu a apreensão de bens dos envolvidos no processo.


Ainda segundo o Infobae, o venezuelano havia se exilado nos Estados Unidos, mas decidiu voltar a seu país em 2018, quando descobriu que o pai havia sido preso por autoridades locais por supostamente tentar destruir a ordem econômica do país com um site.

A prisão de Marrón foi discutida, inclusive, pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, que concluiu que o autor do processo havia sido detido de maneira arbitrária por supostamente operar um site que publicava a taxa de câmbio do mercado ilegal entre o bolívar venezuelano e o dólar americano.


A divulgação de operações desse tipo é considerada crime na Venezuela, algo que Marrón afirma não ter feito, apesar de ser dono do site dolarpro.com. De acordo com ele, o domínio do site foi adquirido para ser vendido posteriormente — e que, de fato, está em negociação neste momento.

Em 2010, um decreto presidencial tornou ilegal a publicação de qualquer taxa de câmbio, com exceção à oficial. Todavia, opositores acreditam que essa taxa do mercado paralelo de câmbio seja utilizada por membros do governo como um meio de suborno.

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