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Maduro propõe antecipar eleição legislativa para resolver crise 

Presidente chavista quer enfrentar representantes da Assembleia Nacional, liderados pelo líder da oposição Juan Guaidó, nas urnas e prevê vitória

Internacional|Da EFE

Maduro quer enfrentar oposição em eleição
Maduro quer enfrentar oposição em eleição

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs nesta segunda-feira (20) antecipar as eleições legislativas do país, previstas para 2020, como uma forma de solucionar pacificamente a crise com a oposição.

"Tenho uma proposta para as oposições: vamos nos enfrentar eleitoralmente. Vamos convocar eleições antecipadas da Assembleia Nacional para ver quem tem os votos, para ver quem ganha", disse.

Maduro ainda afirmou que a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, é "única instituição que não se legitimou nos últimos cinco anos", período no qual o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) organizou diversos pleitos questionados pelos críticos do governo e por parte da comunidade internacional.

A Assembleia Nacional - o parlamento - é o único poder da Venezuela controlado pela oposição. Os críticos do chavismo conquistaram a maioria da Casa em 2016, quando os aliados de Maduro sofreram uma grande derrota nas urnas.


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Desde então, o Tribunal Supremo de Justiça declarou a Assembleia Nacional em desacato, considerando as decisões tomadas pelo órgão como nulas. Em 2017, em novo golpe ao Legislativo, Maduro criou a Assembleia Nacional Constituinte, integrada apenas por governistas, que assumiu poderes exclusivos ao parlamento.

"Vamos fazer eleições. Vamos para uma solução pacífica, eleitoral, democrática, constitucional (...). Eu quero eleições, eleições já", disse Maduro, já prevendo uma vitória do chavismo.


Não é a primeira vez que Maduro propõe a convocação de uma eleição antecipada para a Assembleia Nacional, controlada atualmente pelo líder da oposição, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país.

O funcionamento do parlamento foi afetado nos últimos meses pelos vários processos contra os deputados opositores. Ao menos 30 deles estão sendo processados por diferentes crimes.


Conversa com a oposição

Maduro classificou como positiva a primeira rodada de diálogo com a oposição, mas fez um alerta ao afirmar que não é um "inocentão".

"Realizamos a primeira rodada com mediação do governo da Noruega. Muito positiva, tenho que dizer, sou um homem que acredita na palavra como meio para superar as diferenças", afirmou Maduro.

Representantes do governo e do líder da oposição, Juan Guaidó, se reuniram em Oslo, na Noruega, para propor formas de negociar uma solução pacífica para a crise vivida pela Venezuela.

No entanto, após as conversas, Guaidó disse que o governo de Maduro está tão frágil que tenta manipular o diálogo com a oposição.

"Não nos deixemos enganar. Eles estão tão frágeis que quiseram nos manipular com um diálogo. Fomos por convite de um país amigo, que é a Noruega", disse Guaidó durante um evento com simpatizantes.

Como resposta, o presidente da Venezuela ressaltou que, apesar de topar conversar com seus opositores, não será enganados por eles.

"Agora, não creiam que eu sou um bobalhão, não se confundam que eu seja um inocentão. Acredito na paz, no diálogo, mas estou preparando o povo para defender a pátria", ressaltou Maduro.

"Sim ao diálogo, sim à paz. Não à violência, não ao golpe de Estado e não à invasão gringa", completou o líder chavista.

Em discurso para os simpatizantes, Maduro também pediu a proteção de Deus por considerar que seus opositores são "muito malvados".

"Sei com quem estamos falando. Estamos falando com o diabo. Que Deus nos ampare e nos proteja, mas se é com o próprio diabo que preciso falar pela tranquilidade e a prosperidade da Venezuela, vamos conversar com o diabo", disse Maduro.

O presidente da Venezuela ainda defendeu a abertura de caminhos constitucionais para que a oposição retorne à democracia.

"Vou me empenhar com toda minha dedicação para que a Venezuela tenha um acordo de paz com a oposição venezuelana, um acordo de concórdia e respeito, e para que eles voltem ao caminho constitucional", concluiu o líder chavista.

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