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Maior teia do mundo abriga mais de 100 mil aranhas em caverna tóxica entre Albânia e Grécia

Pesquisadores identificam comportamento social raro entre espécies conhecidas por viverem isoladas

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Pesquisadores descobriram a maior teia de aranha do mundo em uma caverna tóxica entre Albânia e Grécia, com mais de 111 mil aranhas.
  • A teia é um conjunto interligado de funis de seda, obra das espécies Tegenaria domestica e Prinerigone vagans, conhecidas por viverem de forma solitária.
  • A caverna, moldada pelo ácido sulfúrico, apresenta um ecossistema único sustentado por reações químicas do enxofre.
  • O estudo revela um comportamento cooperativo raro entre as aranhas, desafiando noções sobre o individualismo dessas espécies em condições extremas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Pesquisador mostra teia de aranha gigante em caverna na fronteira entre Albânia e Grécia Subterranean Biology

Em uma caverna escura e tóxica na fronteira entre a Albânia e a Grécia, cientistas identificaram a provável maior teia de aranha já registrada no planeta.

O emaranhado de fios se estende por cerca de 106 metros quadrados e abriga uma comunidade de mais de 111 mil aranhas.


O achado, descrito na revista científica Subterranean Biology, foi detalhado por uma equipe internacional de pesquisadores que classificou o fenômeno como um dos mais impressionantes já observados em ambientes subterrâneos.


A estrutura, localizada na chamada Caverna do Enxofre, não é uma teia única, mas um conjunto interligado de milhares de funis de seda. Cada um desses funis é obra de aranhas do gênero Tegenaria domestica e Prinerigone vagans, duas espécies conhecidas por sua vida solitária. O comportamento cooperativo registrado surpreendeu os cientistas, que acreditam que a colaboração tenha sido essencial para a sobrevivência em um ambiente tão extremo.


O interior da caverna, moldado pela ação corrosiva do ácido sulfúrico, apresenta condições que seriam fatais para a maioria das formas de vida. No entanto, a região abriga um ecossistema singular sustentado por reações químicas derivadas do enxofre. Essa cadeia de sobrevivência começa com microrganismos que oxidam compostos sulfídricos, formando películas brancas nas paredes que se tornam alimento para pequenos insetos que, por sua vez, servem de presa para as aranhas.


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A descoberta foi feita originalmente por espeleólogos tchecos em 2022, durante uma expedição ao cânion de Vromoner, e posteriormente analisada em detalhes por pesquisadores europeus. Segundo os autores do estudo, a formação da teia em um ambiente sem luz e altamente tóxico representa um exemplo notável de adaptação e interdependência biológica.

As imagens capturadas no local mostram uma extensão contínua de fios de seda, cobrindo as rochas e abrigando uma colônia pulsante de aranhas. Para os cientistas, essa descoberta amplia os limites conhecidos da ecologia subterrânea e desafia noções tradicionais sobre o comportamento individualista desses aracnídeos.

Em análises de DNA, os pesquisadores confirmaram que as duas espécies de aranhas dominam a colônia, compartilhando o mesmo espaço e se beneficiando mutuamente da caça e da estrutura da teia. Essa coexistência, considerada rara, pode oferecer pistas sobre mecanismos evolutivos que permitiram às aranhas cooperar em situações de isolamento e escassez de recursos.

O estudo ainda ressalta que a teia é sustentada por um delicado equilíbrio químico e biológico: qualquer alteração na composição dos gases ou na presença das bactérias pode comprometer toda a cadeia alimentar. O sistema subterrâneo, embora hostil à maioria dos seres vivos, mostra como a vida encontra caminhos improváveis para prosperar mesmo nas condições mais adversas do planeta.

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