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Mais de 28 mil terremotos atingem ilhas gregas e afundam destino turístico; entenda

Tremores começaram em julho de 2024, quando o magma alcançou um reservatório sob Santorini e moveu a ilha em alguns centímetros

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Mais de 28.000 terremotos atingiram Santorini e a região do vulcão submarino Kolumbo no início de 2025.
  • Movimento de magma a partir da crosta terrestre causou preocupações vulcânicas e tectônicas na área.
  • A atividade sísmica foi monitorada por pesquisadores utilizando sensores marinhos e um método de inteligência artificial.
  • Descobertas foram repassadas em tempo real às autoridades gregas para auxiliar na segurança da população local.

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Santorini atrai milhões de turistas anualmente devido à sua beleza icónica, com casas brancas e cúpulas azuis
Santorini atrai milhões de turistas devido à sua beleza icônica, com casas brancas e cúpulas azuis Palmeris/Pixabay

Santorini e a região do vulcão submarino Kolumbo, no Mar Egeu, foram abalados por mais de 28 mil terremotos no início de 2025. O fenômeno, que levantou preocupações sobre riscos vulcânicos e tectônicos, foi resultado da ascensão de magma a partir das profundezas da crosta terrestre. A conclusão é de um estudo publicado na revista Nature por pesquisadores do GFZ Helmholtz Centre for Geosciences e do Geomar Helmholtz Centre for Ocean Research Kiel, em parceria com cientistas internacionais.

Os especialistas analisaram dados de estações sísmicas terrestres e sensores instalados no fundo do mar, implantados no Kolumbo a apenas sete quilômetros de Santorini - uma das mais famosas ilhas da Grécia. A pesquisa mostrou que cerca de 300 milhões de metros cúbicos de magma subiram até quatro quilômetros abaixo do leito marinho. O movimento provocou a sequência de tremores, alguns acima da magnitude 5.0, que chegaram a alarmar a população local e turistas.


O geofísico Marius Isken, do GFZ e um dos autores do estudo, afirmou que o padrão da atividade foi compatível com a subida de magma. “O magma migratório rompe a rocha e forma trilhas, o que causa intensa atividade sísmica. Nossa análise nos permitiu traçar a trajetória e a dinâmica da ascensão do magma com alto grau de precisão”, explicou.

Os tremores começaram em julho de 2024, quando o magma alcançou um reservatório raso sob Santorini e causou uma elevação de alguns centímetros na ilha. No fim de janeiro de 2025, a atividade aumentou e os terremotos se deslocaram mais de dez quilômetros para o nordeste, na direção do Kolumbo. Os focos sísmicos migraram de 18 quilômetros de profundidade até cerca de três quilômetros abaixo do fundo do mar.


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Como consequência, Santorini afundou novamente. Para os pesquisadores, o fenômeno indica a existência de uma ligação hidráulica ainda desconhecida entre os dois vulcões.

O geofísico marinho Jens Karstens, do Geomar, destacou a importância da cooperação internacional na investigação. “Conseguimos acompanhar o desenvolvimento da crise sísmica em tempo quase real e até mesmo aprender algo sobre a interação entre os dois vulcões. Isso nos ajudará a aprimorar o monitoramento de ambos no futuro”, disse.


Dois fatores foram decisivos para a análise detalhada. Um foi o uso de um método de inteligência artificial desenvolvido pelo GFZ, capaz de processar automaticamente grandes conjuntos de dados sísmicos. Outro foi a instalação prévia de sensores submarinos pelo projeto Multi-Marex, que mediram sinais sísmicos e detectaram o afundamento de até 30 centímetros no fundo do mar durante a intrusão de magma sob o Kolumbo.

As atividades de monitoramento continuam mesmo após a redução da atividade sísmica. O GFZ realiza medições de gases e temperatura em Santorini, enquanto o Geomar mantém oito plataformas de sensores em operação no fundo do mar.


A professora Heidrun Kopp, do Geomar, afirmou que as descobertas foram repassadas às autoridades gregas em tempo real para apoiar a tomada de decisões. Já a professora Paraskevi Nomikou, da Universidade de Atenas, ressaltou que a cooperação entre os institutos foi essencial. “Esta cooperação de longa data permitiu gerir em conjunto os eventos no início do ano e analisá-los com tanta precisão do ponto de vista científico. Compreender a dinâmica nesta região geologicamente altamente ativa com a maior precisão possível é crucial para a segurança e proteção da população”, disse.

Perguntas e Respostas

 

O que aconteceu em Santorini e na região do vulcão Kolumbo no início de 2025?

 

Mais de 28 mil terremotos atingiram Santorini e a região do vulcão submarino Kolumbo, no Mar Egeu, levantando preocupações sobre riscos vulcânicos e tectônicos. O fenômeno foi causado pela ascensão de magma a partir das profundezas da crosta terrestre, conforme um estudo publicado na revista Nature por pesquisadores do GFZ Helmholtz Centre for Geosciences e do GEOMAR Helmholtz Centre for Ocean Research Kiel.

 

Qual foi a magnitude dos terremotos e como a população reagiu?

 

Os tremores, alguns acima da magnitude 5,0, alarmaram a população local e os turistas. A atividade sísmica começou em julho de 2024, quando o magma alcançou um reservatório raso sob Santorini, causando uma elevação na ilha.

 

O que os pesquisadores descobriram sobre a atividade sísmica?

 

Os especialistas analisaram dados de estações sísmicas e sensores submarinos, revelando que cerca de 300 milhões de metros cúbicos de magma subiram até quatro quilômetros abaixo do leito marinho. O geofísico Marius Isken afirmou que a atividade sísmica foi compatível com a subida de magma, permitindo traçar a trajetória e a dinâmica da ascensão com precisão.

 

Como a atividade sísmica afetou Santorini?

 

Em janeiro de 2025, a atividade aumentou e os terremotos se deslocaram mais de dez quilômetros para o nordeste, em direção ao Kolumbo, resultando em um afundamento da ilha. Os pesquisadores indicam que isso sugere uma ligação hidráulica ainda desconhecida entre os dois vulcões.

 

Quais métodos foram utilizados para a análise dos dados sísmicos?

 

Dois fatores foram decisivos: o uso de um método de inteligência artificial desenvolvido pelo GFZ para processar grandes conjuntos de dados sísmicos e a instalação prévia de sensores submarinos pelo projeto MULTI-MAREX, que mediram sinais sísmicos e detectaram o afundamento no fundo do mar.

 

Como está o monitoramento da atividade sísmica atualmente?

 

As atividades de monitoramento continuam mesmo após a redução da atividade sísmica. O GFZ realiza medições de gases e temperatura em Santorini, enquanto o GEOMAR mantém oito plataformas de sensores em operação no fundo do mar.

 

Qual foi a importância da cooperação internacional nesse estudo?

 

A cooperação entre os institutos foi essencial para a análise dos eventos. A professora Paraskevi Nomikou destacou que essa colaboração permitiu uma gestão conjunta dos eventos e uma análise precisa do ponto de vista científico, crucial para a segurança da população.

 

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