Região da ilha grega de Santorini já registrou mais de mil terremotos nos últimos dias

As Ilhas Cíclades, onde está localizada a icônica Santorini, na Grécia, foram atingidas por mais de mil terremotos submarinos nos últimos dias. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (6) pelo Copernicus, o Programa Europeu de Observação da Terra.

O Ministério da Proteção Civil grego colocou Santorini em estado de emergência até 3 de março depois que um terremoto de magnitude 5,2 atingiu a ilha na noite desta quarta (5), o primeiro a ultrapassar 5,0 desde o início dos tremores, em 27 de janeiro.

Um terremoto de magnitude 4,7 também foi registrado próximo da ilha vizinha de Amorgos na manhã desta quinta-feira. O local foi atingido por outros 57 abalos menores entre a meia-noite e as 6h30 da manhã.

Os abalos contínuos levaram milhares de pessoas a deixar Santorini. Estima-se que mais de 11 mil tenham fugido usando aviões, barcos e iates particulares, segundo a BBC. O governo chegou a organizar voos adicionais para facilitar a evacuação.

Na segunda-feira (3), o Ministério de Crise Climática e Proteção Civil do país determinou o fechamento das escolas em Santorini, onde equipes de emergência estão mobilizadas desde então, e também nas ilhas de Anafi, Ios e Amorgos.

Moradores e turistas foram orientados a evitar grandes aglomerações, especialmente em ambientes fechados, e se manter distantes de áreas de risco, como portos e penhascos. Até o momento, não há relatos de vítimas ou danos significativos.

O diretor do Instituto Geodinâmico, Vasilis Karastathis, disse à emissora estatal grega ERTNews que os terremotos continuam intensos e não há sinais de que a sequência sísmica esteja diminuindo.

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, deve visitar Santorini nesta sexta-feira (7) para acompanhar a situação.

Atividade tectônica

Santorini fica em uma região de intensa atividade sísmica, entre as placas tectônicas africana e eurasiana. O chamado Arco Vulcânico Helênico é um dos campos vulcânicos mais ativos da Europa, com mais de 100 erupções registradas nos últimos 400 mil anos.

Apesar disso, especialistas descartam, até o momento, a ideia de que os recentes tremores estejam relacionados à atividade vulcânica. Eles afirmam que, na verdade, os terremotos estão ligados a movimentos de placas tectônicas.

A última grande erupção vulcânica em Santorini foi registrada em 1956, quando um terremoto de magnitude 7,5, seguido por um tsunami de 25 metros, matou 53 pessoas e destruiu um terço das residências da ilha.

Na década de 90, o vulcão de Santorini foi designado como um dos 16 vulcões ao redor do mundo que precisam ser monitorados devido a erupções massivas anteriores e à proximidade de áreas densamente povoadas.

Embora a ilha possua menos de 20 mil moradores, o local recebe cerca de 3 milhões de visitantes por ano, o que o torna um dos destinos mais procurados não só da Europa, mas do mundo.