Mais de 600 refugiados desembarcam em Valência

Chega ao fim o jogo de empurra e o navio Aquarius, com migrantes rejeitados pelo governo da Itália e de Malta, desembarca no porto espanhol

Internacional|R7 com Agências Internacionais

17/06/2018 - 09h53 (Atualizado em 22/02/2024 - 11h36)

O terceiro grupo dos 629 migrantes socorridos pelo navio Aquarius, da organização não-governamental SOS Mediterranée em cooperação com os Médicos Sem Fronteiras, já chegou este domingo (17) ao porto de Valência, na Espanha, conforme informou o jornal português Público. O grupo chegou na Espanha uma semana após o governo da Itália proibir que a embarcação atracasse no país.

Estavam a bordo migrantes, na sua maioria africanos, com muitas mulheres grávidas e crianças que foram resgatados na costa da Líbia.

Ainda, segundo o periódio português, os refugiados foram recebidos por equipes da Cruz Vermelha que montou tendas no porto. Assim como as gestantes, muitos migrantes precisaram ser levados imediatamente a hospitais. Também foram distribuidos cobertores, roupas e kits de higiene.

A chegada do Aquarius à Valência deve-se a uma oferta do novo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, que disse ser necessário “evitar uma tragédia humanitária”.

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A embarcação chegou ao porto espanhol com 106 migrantes, pouco depois do barco Dattilo, da guarda costeira italiana, ter atracado com 247 refugiados. O Orione trouxe os demais.

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O Caso

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O Aquarius resgatou os migrantes na costa da Líbia no último fim de semana. A embarcação deveria seguir para a Itália, principal porta de entrada dos refugiados da África, no entanto, o novo ministro do interior, Matteo Salvini, líder do partido de direita Liga Norte, disse que Malta deveria receber a embarcação.

Por sua vez, o governo maltês se recusou, argumentando que a embarcação está sob a jurisdição italiana.

A embarcação da ONG SOS Méditerranée ficou dois dias parada entre Malta e Itália, após ter sido impedida de ancorar em ambos os países com 629 pessoas resgatadas no Mediterrâneo. Depois de um jogo de empurra na União Européia, a Espanha, a mais de mil quilômetros de distância, se ofereceu para receber o Aquarius.

Um navio da guarda-costeira italiana atracou no porto de Sicília nesta quarta-feira (13) com 937 migrantes. As informações são da agência de notícias Reuters

Enquanto isso, a embarcação Aquarius — operada pelas organizações SOS Méditerranée e Médicos Sem Fronteiras — se dirige à Espanha

O Ministério do Interior da Itália gerou polêmica ao recusar uma autorização para o Aquarius, que carrega 629 pessoas resgatadas no Mediterrâneo, ancorar no país. A medida mereceu críticas por parte da França e expôs as tensões na UE (União Europeia) com relação à imigração

No início da manhã, o Ministério das Relações Exteriores italiano convocou o embaixador francês depois que o presidente Emmanuel Macron denunciou o bloqueio do Aquarius afirmando que, de acordo com as leis do direito internacional, a Itália deveria ter aceitado os migrantes em seu território

Matteo Salvini, novo ministro do Interior da Itália e chefe da Liga — partido de extrema-direita —, considerou que sua decisão de não aceitar o barco de migrantes visa forçar outros países europeus a ajudarem a suportar a questão dos refugiados

De acordo com a OIM (Organização Internacional para Migrações), 33.226 migrantes já entraram na União Europeia via Mediterrâneo em 2018, sendo 13.808 pela Itália, 11.070 pela Grécia, 8.301 pela Espanha e 47 pelo Chipre. Outras 785 pessoas morreram ou desapareceram na travessia

Um navio da guarda-costeira italiana atracou no porto de Sicília nesta quarta-feira (13) com 937 migrantes. As informações são da agência de notícias Reuters