Autoridades dos Estados Unidos informaram nesta segunda-feira (6) que 23 pessoas, incluindo um francês e um canadense, foram acusadas de "terrorismo doméstico" por atacar um centro de treinamento da Polícia em construção na cidade de Atlanta. No domingo à noite, "um grupo de agitadores violentos usou o pretexto de uma manifestação pacífica [...] para realizar um ataque coordenado contra equipes de construção e policiais", declarou em um comunicado oficial a polícia de Atlanta, no sul dos EUA. Após informar 35 prisões relacionadas ao caso, a polícia comunicou nesta segunda-feira que 23 pessoas responderão por "terrorismo doméstico". O projeto, batizado de "cidade da Polícia" pelos opositores, é alvo de fortes protestos desde o início das obras, em 2021. A ira dos manifestantes aumentou após a morte, em janeiro, de um ativista durante um confronto com a polícia. As autoridades afirmaram que os acusados participaram de um festival próximo ao canteiro de obras e, em seguida, "se vestiram de preto, invadiram o local de construção e começaram a lançar pedras, tijolos, coquetéis molotov e fogos de artifícios contra os policiais", completou. Nenhum policial ficou ferido, mas máquinas usadas nas obras foram incendiadas, relatou o chefe da polícia de Atlanta, Darin Schierbaum, durante uma coletiva de imprensa. A acusação de "terrorismo doméstico" pode resultar em uma pena de até 35 anos de prisão em caso de condenação. Desde 2021 e do primeiro anúncio da construção de um centro de treinamento destinado a policiais, mas também a bombeiros e salva-vidas, em mais de 34 hectares em uma região arborizada da cidade, os protestos contra o projeto se sucedem. Os críticos denunciam um futuro desastre ambiental e uma perda de dinheiro a favor da Polícia.