May busca ajuda para o Brexit em cúpula em Bruxelas
Primeira-ministra britânica participará de cúpula de dois dias com líderes da União Europeia. 'Precisamos fazer este acordo passar'
Internacional|Do R7
A enfraquecida primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, chegou a Bruxelas para cortejar a ajuda de líderes europeus depois de sobreviver a um motim parlamentar que expôs o impasse a respeito do Brexit, nesta quinta-feira (13).
"Precisamos fazer esse acordo passar", disse ela aos repórteres no início da cúpula de dois dias, acrescentando que "ouviu em alto e bom som" as preocupações dos rebeldes de seu partido, que tentaram depô-la em reação ao pacto de separação britânica da União Europeia que ela acertou com os líderes no mês passado.
"Não espero um avanço imediato", disse May, que mesmo assim falará aos outros líderes sobre as "garantias legais e políticas" de que os céticos de sua sigla precisam, especialmente no tocante ao risco de uma solução emergencial para a fronteira irlandesa se tornar permanente.
Líderes da UE descartaram qualquer renegociação do pacote do mês passado, concebido para encaminhar a desfiliação do Reino Unido do bloco em março, mas o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, abraçou May calorosamente na entrada da cúpula e disse: "Eu, realmente, quero ajudá-la."
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Mas ao ser instado a opinar se a UE deixará Londres se separar caoticamente sem um acordo, Bettel respondeu que não há como renegociar e insistiu: "O Brexit foi escolha do Reino Unido."
Ele acrescentou, no entanto, que em vez do caos da ausência de um acordo preferiria que os britânicos revertessem o referendo de 2016 sobre o Brexit.
Theresa May enfrentou voto de desconfiança
May obteve o apoio de 200 membros do Partido Conservador no Parlamento e foi rejeitada por 117 em uma votação secreta que aprofundou as divisões poucas semanas antes de necessitar do endosso da legislação para o pacto para evitar uma desfiliação desordenada da UE.
O Brexit, a decisão mais importante que o Reino Unido tomou em décadas, polarizou a nação e moldará o futuro de sua economia de US$ 2,8 trilhões, equivalente a mais de R$10 trilhões, incluindo o status de Londres como polo financeiro.
Os pró-europeus temem que o rompimento enfraqueça o Ocidente, já em dificuldades para assimilar o poder de Rússia e China, além da presidência imprevisível do norte-americano Donald Trump. Os apoiadores do Brexit o retratam como o descarte de um projeto europeu liderado pela Alemanha que perde força.
O apoio imediato dos líderes europeus parece improvável. Um esboço de comunicado da UE disse que eles estão meramente "dispostos a examinar" se é possível oferecer garantias adicionais.
O documento de seis pontos do bloco disse que quaisquer garantias não "mudariam ou contradiriam" o acordo de retirada vinculante acertado em novembro depois de dois anos de negociações.