Megaoperação contra o CV deixa países da América do Sul em alerta com fronteiras
Governos vizinhos reforçam vigilância e classificam facções brasileiras como organizações narcoterroristas
Internacional|Do R7
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A megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro nesta terça-feira (28) provocou uma onda de repercussões em toda a América do Sul. Com mais de 120 mortos confirmados, o ataque das forças de segurança contra o Comando Vermelho (CV) gerou medidas emergenciais nos países vizinhos, que temem uma fuga em massa de criminosos brasileiros.
Argentina, Paraguai e Uruguai reforçaram as fiscalizações e colocaram em alerta os principais pontos de fronteira com o Brasil.
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Na Argentina, o governo de Javier Milei reagiu rapidamente. A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, anunciou “alerta máximo” nas fronteiras e determinou inspeções rigorosas em cidadãos brasileiros que ingressarem no país. “Significa olhar com quatro olhos para os brasileiros que chegam”, afirmou.
Bullrich também informou que o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) foram incluídos no Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo (Repet), passando a ser oficialmente reconhecidos como organizações narcoterroristas.
A ministra acrescentou que mais de 40 brasileiros ligados a facções estão detidos em prisões argentinas, todos sob regime de isolamento e vigilância especial. Em nota, ela orientou que agentes de fronteira recebam manuais de reconhecimento de tatuagens e símbolos usados por essas organizações. “Não podemos permitir que criminosos cruzem a fronteira disfarçados de turistas”, declarou.
O Paraguai seguiu o mesmo caminho. O vice-ministro da Segurança Interna, Óscar Pereira, afirmou que o país intensificará os controles migratórios e alfandegários nas cidades que fazem divisa com o Brasil, especialmente na região da Tríplice Fronteira. Haverá atuação conjunta entre a Polícia Nacional, o departamento de imigração e o Comando Tripartite, formado também por Brasil e Argentina.
Apesar disso, o governo paraguaio não decretou alerta máximo, limitando-se a aumentar o monitoramento de veículos e pessoas que cruzam o território.
No Uruguai, o Ministério do Interior informou que “monitora atentamente” a situação na fronteira norte e que “atuará em consequência”. As medidas adotadas são mantidas sob sigilo por razões de segurança, mas fontes do governo confirmaram que há preocupação com possíveis tentativas de fuga de integrantes do Comando Vermelho por rotas alternativas que passam pelo território uruguaio.
Consulados emitem alertas
Após a operação policial que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, quatro consulados estrangeiros emitiram alertas de segurança a seus cidadãos.
Quatro consulados estrangeiros emitiram alertas de segurança a seus cidadãos após a megaoperação policial no Rio. As representações da Alemanha, França, México e Estados Unidos publicaram mensagens nas redes sociais pedindo cautela e atenção às atualizações oficiais sobre a situação na cidade.
O Consulado-Geral da Alemanha utilizou o Instagram para reproduzir as orientações do Centro de Operações Rio (COR), que havia elevado o estágio de risco para o nível 2, em uma escala que vai de 1, de normalidade, a 5, de crise grave. O alerta indicava a possibilidade de eventos de grande impacto e recomendava evitar deslocamentos desnecessários.
Na mesma plataforma, o Consulado da França publicou recomendações semelhantes, reforçando as medidas de precaução durante o estágio 2. Já nesta quarta-feira (29), o órgão francês informou que o município havia retornado ao estágio 1, indicando melhora nas condições de segurança após os confrontos.
O Consulado do México também emitiu comunicado de alerta, pedindo atenção às informações oficiais e prudência na circulação pela cidade. “Recomendamos seguir os canais do @operacoesrio e evitar deslocamentos desnecessários”, publicou o órgão, destacando a gravidade do cenário registrado na véspera.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos, por sua vez, alertou em sua conta oficial na plataforma X que a situação na zona norte “estava evoluindo rapidamente”, orientando os norte-americanos a acompanharem as notícias e aplicativos de mapa em tempo real.
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