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Menem é absolvido da acusação de acobertar investigação de atentado

Explosão em prédio de associação judaica em 1994 matou 85; ex-presidente era suspeito de ter favorecido um suspeito ligado à sua família

Internacional|Da EFE


Carlos Menem era acusado de acobertar
Carlos Menem era acusado de acobertar

Um tribunal argentino absolveu nesta quinta-feira o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999) do crime de acobertamento na investigação do atentado contra a associação mutual judaica AMIA de Buenos Aires, que deixou 85 mortos em 1994 e segue impune.

O Tribunal Oral Criminal Federal 2 de Buenos Aires, na presença de Menem e dos demais acusados, informou o veredito após mais de três anos e meio de julgamento e condenou, entre outros, a seis anos de prisão o ex-juiz Juan José Galeano, responsável pela primeira etapa da investigação do atentado, e a quatro anos e seis meses o ex-secretário de Inteligência, Hugo Anzorreguy.

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Menem foi absolvido das acusações de "abuso de autoridade e violação dos deveres de funcionário público e acobertamento" que foram formuladas pela promotoria, que pedia para o ex-presidente a pena de quatro anos de prisão.


Também foram absolvidos o ex-agente de inteligência Patricio Miguel Finnen; o ex-titular da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (DAIA), Rubén Ezra Beraja; o advogado Víctor Alejandro Stinfale e o ex-policial Jorge Alberto Palacios.

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Nesta causa são julgadas várias irregularidades detectadas no primeiro julgamento aberto pelo atentado, que concluiu em 2004 com a declaração de nulidade de toda a investigação e a absolvição dos policiais argentinos acusados, que tinham sido acusados de ter feito parte da chamada "conexão local".


Atentado atribuído ao Irã

A comunidade judaica atribui ao Irã e ao grupo xiita Hezbollah o planejamento do ataque, que foi o segundo contra judeus da Argentina, depois que 29 pessoas morreram em 1992 na explosão de uma bomba em frente à embaixada de Israel, que também segue sem ter sido esclarecida.


O advogado e ex-vendedor de veículos usados Carlos Telleldín - supostamente vinculado à caminhonete que explodiu na sede da AMIA - foi condenado a três anos e seis meses de prisão e inabilitação perpétua por ter sido considerado participe necessário do crime de peculato e sua parceira de então, Ana María Boragni, recebeu uma pena de dois anos de prisão.

No julgamento foi exposto o pagamento da Secretaria de Inteligência a Telleldín - com autorização de Galeano - para que desse um depoimento falso que envolvesse policiais e, por outro lado, o abandono deliberado da investigação sobre o cidadão de origem síria Alberto Kanoore Edul, que supostamente tinha vínculos com a família Menem.

Menem era acusado de favorecer conhecido

"Temos credenciado que a família presidencial (de Menem) fazia favores à família Kanoore Edul", declarou durante o julgamento um dos integrantes da unidade da promotoria dedicada ao atentado da AMIA, Miguel Yivoff.

Para a promotoria, "Carlos Saúl Menem determinou a Juan José Galeano, através do seu irmão Munir Menem, que abandonasse a investigação na causa sobre Kanoore Edul".

Na audiência de hoje também foram condenados a três anos de prisão o ex-secretário de Inteligência Juan Carlos Anchezar e o ex-policial Carlos Castañeda, enquanto os ex-promotores Eamon Gabriel Mullen e José Carlos Barbaccia receberam dois anos de pena.

Esta causa foi aberta após uma denúncia do promotor Alberto Nisman, que tinha a seu cargo a investigação do caso AMIA e que, poucos dias antes de ser achado morto, em janeiro de 2015, denunciou a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) por suposto acobertamento dos iranianos acusados pelo atentado.

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