Um grupo armado sequestrou Marilú Martínez Núñez, candidata mexicana do opositor Movimento Cidadão (MC) à prefeitura de Cutzamala de Pinzón, no estado de Guerrero, informou o partido nesta quarta-feira (2), acrescentando que a política foi levada junto com sua família.
"Eles foram sequestrados por um grupo armado. Exigimos uma reação imediata das autoridades e do governador Héctor Astudillo para localizá-los com vida", denunciou Clemente Castañeda, coordenador nacional do MC.
Embora nem a direção do partido nem as autoridades tenham detalhado a hora e o local do sequestro, Martínez Núñez publicou em suas redes sociais pela última vez na tarde de terça-feira (1º).
O crime ocorre enquanto o México acumula mais de 780 agressões ou crimes globais contra políticos, com um saldo de 89 mortos, 35 deles candidatos, segundo a empresa de consultoria Etellekt, referência no assunto.
Em meio a um intenso clima de violência, o México realizará as maiores eleições da sua história em 6 de junho, quando 93,5 milhões de pessoas estão convocadas para eleger os representantes da Câmara dos Deputados, 15 dos 32 governadores, 30 congressos locais e 1.900 vereadores.
Alguns dos candidatos do MC estão entre as vítimas dos homicídios, como Alma Rosa Barragán, candidata à prefeitura de Moroleón, e Abel Murrieta, que pretendia ser prefeito de Cajeme, onde era procurador.
"Este período eleitoral é o mais violento da história. Não é possível que participar da política signifique arriscar a vida", escreveu o partido nas redes sociais na terça-feira.
Martínez Núñez, que se define como uma "jovem entusiasta", encerrou sua campanha em 30 de maio com um evento na região conhecida como La Curva de Cutzamala.
O município pertence a uma região conhecida como Tierra Caliente, que na última década se tornou uma área de presença do crime organizado e do tráfico de drogas.
"Exigimos que as autoridades de Guerrero façam a sua parte, Marilú Martínez e sua família devem aparecer agora. Diante desses infelizes acontecimentos, a indiferença não tem lugar. Faça a sua parte. Exigimos eleições seguras", declarou Jessica Ortega, coordenadora nacional das Mulheres do MC.