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Migrantes celebram no México decisão dos EUA de acabar com programa migratório de Trump

A Suprema Corte americana autorizou, nesta quinta, Joe Biden a dar fim à decisão tomada pelo ex-presidente

Internacional|Do R7

Casal de migrantes com uma criança perto da fronteira do México com o Texas, nos EUA
Casal de migrantes com uma criança perto da fronteira do México com o Texas, nos EUA

Solicitantes de asilo nos Estados Unidos que foram devolvidos ao México, sob uma restritiva política migratória introduzida por Donald Trump, comemoraram nesta quinta-feira (30) a decisão da Suprema Corte que encerra esse programa, três dias após o caso dos imigrantes mortos no Texas.

Para o sacerdote Javier Calvillo, diretor da Casa do Migrante, programas como o Fique no México, que obriga solicitantes de asilo a aguardar a resolução de seus casos em território mexicano, provocam tragédias como a dos 53 imigrantes ilegais que morreram asfixiados em um caminhão em San Antonio, no Texas.

“Não morreram, e sim foram mortos (...) por esses acordos, por essas estratégias, essas jogadas como o Fique no México”, declarou Calvillo à AFP.

A Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou, nesta quinta, o presidente Joe Biden a dar fim ao programa.


A decisão “é um avanço para nós (...). A gente fica feliz porque a meta é chegar ao destino. A gente não sai de casa por querer sair”, disse à AFP o nicaraguense Pedro Antonio Rizo, de 41 anos, na Casa do Migrante de Ciudad Juárez.

Biden “está tomando a melhor decisão porque sabe que é muito perigoso esperar aqui”, acrescentou o cubano Rafael Mendoza Ramos, que vive no abrigo, um dos três da cidade mexicana que acolhem aspirantes ao asilo nos EUA.


“Todos ficamos muito felizes, porque estamos há muito tempo separados de nossas famílias”, disse Mendoza Ramos, de 38 anos, à AFP.

Ele saiu de sua cidade natal, Mayabeque, em Cuba, deixando a esposa e o filho adolescente, porque, após participar dos protestos de 11 de julho de 2021, o governo cubano ordenou sua demissão, segundo ele. Ramos teme mais represálias.

Ele está em Ciudad Juárez desde 10 de maio, onde tem se sentido exposto a “muitos perigos, muita criminalidade”.

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