Resumindo a Notícia
- Ministério Público do Peru apresentou denúncia ao Congresso do país contra Pedro Castillo
- Presidente é suspeito de liderar uma organização criminosa
- Para que Castillo seja suspenso, são necessário os votos de 66 dos 130 integrantes da Câmara
- Presidente do Peru conta apenas 33% das cadeiras da Câmara atualmente
Presidente do Peru, Pedro Castillo, durante discurso
Cris Bouroncle/AFP - 5.10.2022A procuradora da Nação do Peru apresentou nesta terça-feira (11) ao Congresso do país uma denúncia constitucional contra Pedro Castillo pelo crime de organização criminosa, uma ação que pode levar à suspensão do presidente esquerdista.
"Formulo denúncia constitucional contra José Pedro Castillo Terrones, em sua condição de presidente da República, como suposto autor dos crimes contra a tranquilidade pública na modalidade de organização criminosa, qualificada por sua condição de líder", destaca a procuradora da nação, Patricia Benavides, em documento divulgado da instituição no Twitter.
A denúncia inclui dois ex-ministros de Castillo, acusados de tráfico de influência e de integrarem a suposta organização dirigida pelo presidente. “Foram encontrados indícios graves da suposta existência de uma organização criminosa entrincheirada no Palácio de Governo com o objetivo de capturar, controlar e direcionar processos de contratação para a obtenção de lucros ilícitos”, relatou Patricia em redes sociais.
"A partir deste momento, é responsabilidade exclusiva e excludente do Congresso da República decidir sobre o trâmite da denúncia constitucional no âmbito da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção", acrescentou a procuradora.
O Congresso deve discutir nos próximos dias a denúncia que pode levar à suspensão de Castillo, para a qual são necessários 66 dos 130 votos da Câmara.
O futuro do presidente se torna sombrio, uma vez que a aliança de esquerda que o apoia no Congresso tem apenas um terço das cadeiras, o que é insuficiente para impedir a suspensão, que implica o afastamento do cargo até o fim do mandato, em julho de 2026, embora sua imunidade seja mantida, o que não evita que ele possa ser investigado.
Castillo acumula seis inquéritos contra ele desde que assumiu o poder, há 15 meses. Não há antecedentes de denúncia contra um presidente peruano em exercício feita pelo Ministério Público.