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Ministro do Interior italiano mal frequenta a sede da própria pasta

Matteo Salvini passou parte do ano em comícios e só 17 dias despachando em escritório. Presença no Parlamento não chega a 1,73% das sessões

Internacional|Da EFE

Salvini é pouco visto no Ministério do Interior
Salvini é pouco visto no Ministério do Interior

O líder do partido ultradireitista Liga, Matteo Salvini, não se cansa de repetir que é o ministro do Interior da Itália, apesar de pouco ser visto na sede da pasta, já que passou boa parte do ano dando comícios e apenas 17 dias despachando em seu escritório.

Uma rápida observação nas redes sociais e na agenda do político é mais que o suficiente para constatar que ele dedicou a maior parte do tempo a discursos por toda a Itália antes das eleições locais e regionais realizadas nos últimos meses.

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O jornal La Repubblica calculou que, nos quatro meses e meio de 2019, o ministro e vice-primeiro-ministro do governo esteve 95 dias ausente do ministério, mas participou de 211 eventos, entre comícios eleitorais e reuniões não institucionais.

No Ministério do Interior, segundo o jornal, funcionários comentam com ironia que, para falar com Salvini, é melhor se inscrever no concurso que ele organizou e no qual um dos prêmios é um bate-papo por telefone com o próprio.


Esse concurso já está em sua segunda edição, e os seguidores nas redes sociais do "Capitão", como é chamado pelos correligionários, podem ganhar um café ou um telefonema se forem os primeiros a curtir sua infinidade de tweets e posts no Facebook.

Salvini começou o ano na cidade alpina de Bormio, ainda de férias, mas aproveitou para tirar uma foto com a bebida típica local e fazer um comício em uma praça.


Desde então, os dias passados no ministério para trabalhar foram poucos. Entre eles, em 5 de março se encontrou com o vice-presidente da Líbia, Ahmed Omar Maiteeg; em 19 de março realizou uma reunião para redigir uma medida contra os navios humanitários no Mediterrâneo, e em 8 de maio teve uma série de encontros diplomáticos.

Essa ausência laboral chega perto da faixa de 70%, segundo o jornal La Repubblica.


Se Salvini não aparece em seu local de trabalho, menos ainda no Parlamento, segundo outra investigação do jornal Corriere della Sera, que calcula que no último ano sua presença na Casa não chega a 1,73% das sessões.

Após a divulgação da pesquisa, Salvini respondeu de forma irônica: "Então eu vou, ficarei lá por 12 horas e tirarei um cochilo. Assim ficarão felizes".

Salvini também faltou a cinco dos seis Conselhos de Justiça e Assuntos de Interior (JAI) da União Europeia nos quais o tema era a imigração, e em seu lugar enviou o subsecretário Nicola Molteni.

Além disso, no dia 25 de abril, o ministro do Interior não participou de nenhuma das celebrações por ocasião do 74º aniversário da libertação do fascismo, uma das principais festividades do país. Salvini preferiu viajar para a cidade de Corleone, na Sicília, para inaugurar uma delegacia de polícia, o que classificou como uma demonstração de empenho para a luta contra a máfia.

Nos outros dois dias da visita, Salvini participou de vários atos da campanha eleitoral para as eleições municipais.

Já na última segunda-feira, Salvini também não era esperado no ministério. Estava em Zingonia, no norte da Itália, usando capacete e colete amarelo em uma escavadeira durante a demolição de dois edifícios abandonados onde uma quadrilha traficava droga.

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