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Motins históricos, fugas e decapitações: como é a prisão onde Sarkozy ficará preso

Ex-presidente cumprirá pena em cela solitária na prisão de La Santé, em Paris, conhecida por fugas, execuções e condições insalubres

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Nicolas Sarkozy foi preso na prisão de La Santé em Paris, cumprindo uma pena de cinco anos por conspiração criminosa.
  • A prisão tem um histórico sombrio, incluindo decapitações, fugas e condições insalubres.
  • Sarkozy ficará em confinamento solitário, sem contato com outros presos, por pelo menos três semanas enquanto aguarda análise de pedido de liberdade.
  • Apesar de sua condenação, ele alega inocência e diz que é alvo de uma vingança política.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Nicolas Sarkozy, de 70 anos, foi condenado a cinco anos de prisão por conspiração criminosa Reprodução/X/@le_Parisien

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, de 70 anos, foi preso nesta terça-feira (21) na penitenciária de La Santé, localizada no centro de Paris. A condenação, de cinco anos de prisão, foi determinada pela Justiça da França no último dia 25 de setembro.

Sarkozy foi condenado por conspiração criminosa. A Justiça entendeu que ele participou de um esquema de negociações ilícitas para obter dinheiro do governo da Líbia para sua campanha presidencial, em 2007 (leia mais abaixo). O político recorreu da decisão.


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Prisão de má fama

Fundada em 1867, La Santé é uma das prisões mais conhecidas e temidas da França. O local já foi cenário de decapitações em guilhotina, tentativas de fuga cinematográficas e motins violentos.

Entre os ex-detentos mais famosos da unidade, estão o militar panamenho Manuel Noriega, o militante Carlos, o Chacal, e o criminoso francês Jacques Mesrine, que escapou dos muros da prisão em 1978.


Segundo o jornal britânico The Sun, dezenas de prisioneiros foram executados ali, incluindo Roger Bontems e Claude Buffet, os últimos a morrer na guilhotina, em 1972, após assassinarem reféns durante uma tentativa de fuga.

Em 1986, outro preso, Michel Vaujour, conseguiu escapar da penitenciária com a ajuda da esposa, que pilotava um helicóptero – um dos episódios mais marcantes da história da prisão francesa.


Apesar das reformas, La Santé ganhou fama pelas condições degradantes. Um livro escrito em 2000 pelo antigo diretor médico da unidade relatou infestações de ratos e baratas, superlotação e casos de doenças de pele entre os detentos.

Como será a rotina de Sarkozy

Sarkozy ficará em confinamento solitário na ala de isolamento, considerada uma das mais seguras da França. As informações foram noticiadas por diferentes veículos da imprensa internacional, como a agência de notícias Reuters.


Ele ocupará uma cela de cerca de 9 a 11 metros quadrados, equipada com cama, mesa, chuveiro, vaso sanitário, fogão elétrico e telefone fixo. O ex-presidente também pode solicitar uma geladeira e uma televisão, pelo custo mensal de € 14 euros.

Por segurança, Sarkozy não terá contato com outros presos e sairá da cela apenas uma hora por dia, para exercícios no pátio isolado. Ele, no entanto, poderá receber visitar e se comunicar com familiares por carta ou telefone.

“As condições em uma ala de isolamento são muito difíceis”, disse Flavie Rault, ex-vice-diretora da prisão, à emissora francesa BFMTV. “Você está sozinho o tempo todo. O único contato é com os funcionários da prisão.”

Primeira prisão de ex-líder francês desde 1945

A condenação faz de Sarkozy o primeiro ex-presidente francês a ser preso desde Philippe Pétain, líder colaboracionista do regime nazista, detido por traição após a Segunda Guerra Mundial.

Ao chegar à prisão nesta terça-feira, o ex-presidente divulgou um comunicado nas redes sociais em que diz que está sendo alvo de uma “vingança política”. “Não é um ex-presidente que estão prendendo esta manhã, é um homem inocente”, disse.

Apesar de alegar inocência e ter recorrido da sentença, Sarkozy deve permanecer preso por ao menos três semanas a um mês, até que seu pedido de liberdade provisória seja analisado, segundo o advogado do político.

Condenação

Sarkozy foi presidente da França de 2007 a 2012. O tribunal concluiu que ele participou de um esquema criminoso ao permitir que assessores próximos buscassem apoio financeiro do governo do ditador líbio Muammar Khadafi entre 2005 e 2007.

Segundo a agência de notícias France-Presse (AFP), a juíza Nathalie Gavarino afirmou que Sarkozy sabia das negociações ilícitas. Em troca, ele prometeu melhorar a imagem de Khadafi, que era acusado de envolvimento em atentados contra aviões na Escócia e no Níger.

Sarkozy foi condenado por conspiração criminosa, mas absolvido de financiamento ilegal de campanha e corrupção passiva. O tribunal não encontrou provas de que o dinheiro líbio foi usado diretamente na campanha de 2007. Além da pena de prisão, ele deve pagar uma multa de € 100 mil (cerca de R$ 600 mil).

Outras 11 pessoas foram julgadas no caso. Claude Guéant, ex-braço direito de Sarkozy, foi condenado por corrupção, e Brice Hortefeux, ex-ministro, por associação ilícita. Éric Woerth, tesoureiro da campanha, foi absolvido. O tribunal considerou os atos de Sarkozy e seus aliados “fatos extremamente graves”.

Essa é a terceira condenação de Sarkozy. Em 2021, ele foi condenado por tentar subornar um juiz em 2014 e cumpriu a pena em casa, com tornozeleira eletrônica. Em 2024, foi condenado por gastos excessivos na campanha de reeleição de 2012. Ele recorreu das duas sentenças.

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