Conflito na região separatista de Nagorno-Karabakh causa fuga em massa e retira 100 mil de casa
Área fica no território do Azerbaijão e era ocupada por pessoas de origem armênia, mas funcionou por décadas de forma autônoma
Internacional|Do R7

A região separatista de Nagorno-Karabakh perdeu quase a totalidade da população armênia, com a entrada de mais de 100 mil refugiados na vizinha república da Armênia depois da vitoriosa ofensiva militar do Azerbaijão, afirmou neste sábado (30) o governo do país.
O novo balanço foi feito por Nazeli Baghdassarian, porta-voz do primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinian.
Conforme os números oficiais, cerca de 120 mil armênios viviam neste território montanhoso, encravado no Azerbaijão, antes da ofensiva-relâmpago com a qual as forças de Baku recuperaram o controle efetivo da região.
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Diante desta ofensiva, que obrigou as forças armênias da área a capitular em 20 de setembro, os separatistas de Nagorno-Karabakh anunciaram, nesta sexta-feira (29), a dissolução para o próximo 1º de janeiro da sua república, proclamada faz três décadas.
“Restam algumas centenas de funcionários, socorristas, voluntários e pessoas com necessidades especiais, que também se preparam para partir”, escreveu o antigo mediador dos direitos de Nagorno-Karabakh, Artak Beglarian, na rede social X (ex-Twitter).
Segundo ele, esta informação “não é oficial”.
A ONU anunciou o envio de uma missão a Nagorno-Karabakh neste fim de semana para avaliar as necessidades humanitárias.
Em poucos dias, mais de 80% dos armênios de Nagorno-Karabakh abandonaram as casas, temendo represálias das forças do Azerbaijão, apesar dos apelos de Baku para permanecerem em suas casas.
Muitos desses armênios chegaram a queimar seus pertences pessoais antes de se juntarem à coluna de refugiados.
Nagorno-Karabakh, de maioria armênia e cristã, separou-se do Azerbaijão, de maioria muçulmana, durante a desintegração da União Soviética.
Desde então, os armênios deste território, que contavam com o apoio do país vizinho, estiveram em conflito com o poder do Azerbaijão, e travaram duas guerras, uma entre 1988 e 1994 e a última no fim de 2020, nas quais perderam vários territórios.
