Nova Zelândia começa a enterrar vítimas de ataque em mesquitas
Centenas de pessoas se reuniram no enterro de seis vítimas do atentado terrorista de extrema-direita que deixou 50 mortos na sexta-feira (16)
Internacional|Do R7
Os corpos das vítimas de um ataque a tiros em mesquitas da Nova Zelândia foram levados em caixões abertos a uma grande tenda do Cemitério Memorial Park, em Christchurch, nesta quarta-feira (20), para os primeiros enterros dos 50 mortos.
A maioria das vítimas do ataque de sexta-feira na cidade da Ilha Sul era de imigrantes ou refugiados de países como Paquistão, Índia, Malásia, Indonésia, Turquia, Somália, Afeganistão e Bangladesh.
O mais novo, um menino de 3 anos, era filho de refugiados somalis nascido na Nova Zelândia.
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Os dois primeiros mortos enterrados, o pai e o filho Khaled e Hamza Mustafa, saíram da Síria em guerra.
"Não consigo lhes dizer como é devastador... uma família veio para cá em busca de segurança e deveria estar segura aqui", disse a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, que visitava a cidade pela segunda vez desde o massacre.
Envoltos em tecidos brancos, os corpos foram deitados de face para Meca, e depois das orações fúnebres foram levados a covas recém-abertas.
"Ver o corpo ser baixado foi um momento de muita emoção para mim", disse Gulshad Ali, que viajou de Auckland para assistir ao primeiro funeral.
Várias pilhas de terra assinalavam o local de diversos túmulos que serão usados para as vítimas do pior ataque a tiros da história da Nova Zelândia.
Centenas de pessoas de luto se reuniram, algumas usando uma taqiyah (touca), outras shalwar kameez (túnica longa e calças), e as mulheres usavam hijabs e lenços. Policiais fortemente armados se mantinham de guarda com flores nos coldres dos revólveres e em seus rifles de alta potência.
Houve seis enterros nesta quarta-feira, e mais devem acontecer durante a semana.
Jacinda disse que o chamado às orações dos muçulmanos da Nova Zelândia desta sexta-feira será transmitido em rede nacional e que no mesmo dia haverá um minuto de silêncio.
"Existe um desejo de mostrar apoio para a comunidade muçulmana quando eles voltarem às mesquitas na sexta-feira", disse.