Novo presidente do parlamento da Venezuela diz que Guaidó é passado
Luis Parra também defendeu que que 'nada impedia' o opositor de entrar no parlamento e que ele escolheu ficar do lado de fora
Internacional|Da EFE
Eleito como presidente da Assembleia Nacional da Venezuela com apoio do chavismo em uma votação contestada, o deputado Luis Parra afirmou neste domingo que o líder da oposição, Juan Guaidó, reconhecido como presidente do país por mais de 50 governos, já está no passado.
"Não vamos seguir presos no passado. Para nós, Juan Guaidó é passado e temos que abrir as portas para o futuro", disse Parra em discurso na sede do Palácio Legislativo que foi exibido pela emissora estatal "VTV".
Aliados de Guaidó, até então presidente da Assembleia Nacional contestam a eleição de Parra, considerada como um "golpe ao parlamento", porque foram impedidos de entrar na Assembleia Nacional pelas forças de segurança.
Apesar de vídeos mostrarem a ação dos agentes bloqueando a passagem de Guaidó e outros deputados nos acessos ao Palácio Legislativo, Parra disse que "nada o impedia" de entrar no parlamento e que o adversário escolheu ficar do lado de fora por saber que não tinha os votos necessários para se reeleger.
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Uma das gravações publicadas nas redes sociais mostra Guaidó tentando pular a cerca que protege a sede da Assembleia Nacional. Ele, porém, é impedido por homens da Polícia Nacional Bolivariana e da Guarda Nacional Bolivariana, ambas comandadas por Nicolás Maduro.
Sem acesso ao parlamento, a oposição diz que a eleição de Parra não é válida porque não havia o quórum mínimo exigido para a votação do novo presidente da Assembleia Nacional.
Para Parra, é preciso sair da polarização para reconstruir o país.
"Este parlamento tem que se salvar para que percorramos um caminho até a reconciliação, mas, sobretudo, pensando na Venezuela", disse o deputado no discurso pouco depois de ser proclamado líder da Assembleia Nacional.
Em recado à comunidade internacional, o parlamentar disse que, como um "poder legítimo", as decisões da Assembleia Nacional da Venezuela devem ser respeitadas e que não aceitará inteferências de "nenhum império", seja ele de direita ou de esquerda.
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