O episódio que ficou conhecido como a Noite dos Cristais — citado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, ao criticar a ação da Polícia Federal contra um esquema de divulgação de fake news — entrou para a história como um divisor de águas da violenta política antissemita de Adolf Hitler. Em 9 de novembro de 1938 , uma ação coordenada pelos aparelhos de propaganda do Terceiro Reich, como se entitulava o governo nazista de Hitler na Alemanha dos anos 30 e 40, e suas forças policiais resultou no ataque a sinagogas, casas e estabelecimentos comerciais de judeus em várias cidades da Alemanha. Dezenas de judeus foram mortos tanto pelas Tropas de Choque (SA) do Partido Nazista, como em ataques e linchamentos praticados por civis, incitados por uma forte campanha comandada diretamente por ministro alemão da propaganda, Joseph Goebbels. Goebbels usou o assassinato de um oficial alemão por um adolescente judeu em Paris para insuflar o antissemitismo já disseminado na população alemã. No próprio dia 8 de novembro de 1938, o publicitário de Hitler fez um inflamado discurso antissemita para os membros do Partido Nazista em Munique e ordenou que as polícias e milícias organizassem os pogroms (as chacinas de judeus). Num período de apenas dois dias, mais de 250 sinagogas foram queimadas, cerca de 7 mil estabelecimentos comerciais pertecentes a famílias judias foram destruídos. Cemitérios, hospitais, escolas e casas judias foram saqueados. O episódio foi batizado Noite dos Cristais por conta da imensa quantidade de vidros quebrados nas ruas, vindos das janelas da sinagogas e casas.