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ONGs ambientais classificam início da COP27 como 'pobre'

Organizações reclamam da falta de uma agenda específica sobre a compensação e o financiamento de países mais vulneráveis

Internacional|Do R7

Egito, na África, é o país sede da edição deste ano da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas
Egito, na África, é o país sede da edição deste ano da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas

Várias ONGs classificaram como "pobre" o início da COP27 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), pela ausência na agenda da cúpula de políticas para as compensações e o financiamento para adaptação à crise climática dos países mais vulneráveis, especialmente, na África, por parte das nações contaminantes.

A Rede de Ação Climática, o Greenpeace e a Power Shift Africa denunciaram, em entrevista para a imprensa internacional, que apesar de terem sido incluídas na agenda da COP27 o debate sobre perdas e danos relacionados com o aquecimento global, não foi estabelecido um mecanismo para o financiamento.

"Lamentavelmente, a única forma com que posso resumir como está a COP27, é com duas palavras: início pobres", afirmou o diretor da Power Shift Africa, Mohamed Adow.

O ativista queniano afirmou que apesar da cúpula estar sendo realizada na África, cujos países são os que mais sofrem pela mudança climática, esta não deu chance para "mobilizar o financiamento que os países vulneráveis precisam para serem capazes de abordar os danos e perdas".


Além disso, Adow acusou as principais economias mundiais, em especial as europeias, de "acossar aos países vulneráveis para que aceitem um espaço de dois anos para negociar" um acordo que não incluiria "as compensações e a prestação de contas dos países contaminantes históricos".

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"Não podemos permitir que a COP27 se converta em uma farsa. Não podemos deixar que aconteça", afirmou o queniano, que lembrou que, com a guerra na Ucrânia, os países que na cúpula de Glasgow, no ano passado, se comprometeram a colocar fim com o financiamento dos combustíveis fósseis, agora "querem tornar a África na estação de gás da Europa".


Já a diretora-executiva da Climate Action Network International, Tasneem Essop, cobrou que os países ricos reduzam as emissões "mais rápido" que as nações em desenvolvimento, e que reduzir a subida das temperaturas a 1,5 grau está sendo afetado pela "falta de compromisso, implementação e financiamento".

Nesta mesma linha, o diretor de campanhas do Greenpeace MENA, Ahmad El Droubi, relembrou que o compromisso de financiamento de US$ 100 bilhões para ajudar os países pobres a enfrentar os problemas causados pela mudança climática "não foi cumprido", apesar de ter sido aprovado em 2009.

Além disso, o ativista questionou a "qualidade" de tal financiamento, visto que estimou que 17% será em forma de empréstimo, algo que "fará com que as economias do sul do planeta fiquem endividadas".

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