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ONU: apenas 1% das meninas que sofrem abuso sexual busca ajuda

No mundo, são pelo menos 15 milhões de vítimas; maioria sofre em silêncio

Internacional|Do R7

Vítimas relutam em denunciar e faltam dados em muitas nações
Vítimas relutam em denunciar e faltam dados em muitas nações

Ao menos 15 milhões de meninas adolescentes com idades entre 15 e 19 anos em todo o mundo foram forçadas a fazer sexo, muitas vezes por parceiros, familiares ou amigos, mas apenas uma de cada 100 procurou ajuda, alertou a ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quarta-feira (1º).

A República dos Camarões mostrou a maior incidência de violência sexual, com uma de cada seis meninas adolescentes sendo vítima de sexo forçado, disse a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em um relatório que examinou dados de mais de 40 países.

"A ideia de as mulheres estarem à disposição dos homens é uma grande causadora da experiência de violência sexual de meninas", disse a autora do relatório, Claudia Cappa, à Thomson Reuters Foundation.

Na maioria dos casos, o agressor era conhecido da vítima. Atos de violência sexual foram cometidos por maridos, namorados, parentes, amigos e colegas de classe.


O Unicef disse que a violência sexual generalizada contra meninas adolescentes pode prejudicar o progresso global para se atingir os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) — um plano para acabar com a pobreza e a fome, obter a igualdade de gênero e proteger o planeta até 2030.

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O número de garotas obrigadas a fazer sexo provavelmente é muito maior do que 15 milhões, já que muitas relutam em denunciar e faltam dados em muitas nações, segundo o estudo.


Os abusos variam de exploração sexual infantil na indústria turística da República Dominicana a abusos sexuais online nas Filipinas. O relatório também ressaltou projetos para combater a violência, incluindo aulas de defesa pessoal em escolas do Malaui.

Leis melhores para proteger as crianças e mais apoio de serviços sociais são vitais para provocar mudanças, argumentou o Unicef.


"O que tem se mostrado particularmente bem-sucedido é trabalhar com governos para desenvolver planos de ação nacionais que tentam unir setores diferentes, como a educação e o sistema de justiça", disse Cappa.

Instigadas por alegações de abuso sexual contra o produtor de cinema norte-americano Harvey Weinstein, milhões de mulheres e meninas de todo o globo vêm compartilhando suas experiências de assédio e abuso no Facebook e no Twitter com a hashtag #MeToo (EuTambém).

Weinstein, acusado por várias mulheres de incidentes de assédio e abuso sexual iniciados nos anos 1980, nega ter feito sexo não-consensual com qualquer pessoa.

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