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ONU decide investigar incidentes ocorridos na província síria de Idlib

Segundo autoridades de direitos humanos da ONU, as forças dos governos sírios e russo estavam provocando um 'massacre' na região

Internacional|Da EFE

Idlib é o reduto da oposição síria
Idlib é o reduto da oposição síria Khalil Ashawi/Reuters - 16.7.2019

O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou nesta quinta-feira (1) que as Nações Unidas investigarão os incidentes ocorridos na província síria de Idlib desde 17 de setembro do ano passado, quando Rússia e Turquia alcançaram um acordo para suspender a ofensiva do governo da Síria.

"O secretário-geral, sob a autoridade conferida no artigo 97 da Carta, decidiu estabelecer um grupo de investigação interna da sede da ONU para apurar uma série de incidentes que ocorreram no noroeste da Síria", disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em um breve comunicado.

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As forças leais ao presidente sírio, Bashar Al Assad, aumentaram suas operações no noroeste do país desde o final de abril, quando foi iniciada uma ofensiva não declarada e houve uma escalada dos combates na zona desmilitarizada estipulada por turcos e russos em setembro do ano passado.

Concretamente, "a investigação será em torno da destruição e dos danos às instalações" situadas na lista de áreas incluídas em tal acordo e nas instalações "apoiadas pela ONU na região", segundo apontou Dujarric.


Guterres deve falar aos meios de comunicação ainda hoje na sede das Nações Unidas de Nova York para falar sobre o assunto.

Segundo o comunicado, um comitê "verificará os fatos sobre estes incidentes e informará ao secretário-geral uma vez que finalize o seu trabalho".


No entanto, não foi informado sobre quando o comitê será formado, quando começarão os trabalhos e nem quando está previsto que as conclusões estejam prontas.

Além disso, o secretário-geral da ONU pediu que todas as partes cooperem com o comitê de investigação uma vez que este seja estabelecido.


O anúncio de Guterres acontece dois dias depois que o vice-secretário-geral para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, assegurou diante do Conselho de Segurança da ONU que as forças dos governos sírios e russo estavam provocando um "massacre".

"Durante mais de 90 dias, os bombardeios e os ataques com artilharia dos governos da Rússia e da Síria resultaram em um massacre nas chamadas zonas de redução das hostilidades de Idlib", disse Lowcock.

Segundo dados do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, citados por Lowcock, 450 civis morreram nas últimas duas semanas.

O mês de julho se transformou no mais sangrento desde o começo do ano na Síria, segundo a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos, que confirmou que pelo menos 507 civis morreram nos últimos 31 dias.

O pacto alcançado pela Rússia e pela Turquia em setembro conseguiu deter a ofensiva planejada pelo regime sírio na região, último reduto da oposição na Síria, e estabeleceu um cinturão humanitário para as cerca de três milhões de pessoas que vivem em Idlib.

No entanto, nas últimas semanas as operações militares e a violência aumentaram de maneira considerável, especialmente contra alvos civis.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou na semana passada o ataque sistemático contra escolas e centros de saúde e criticou a "aparente indiferença internacional" diante destas ações no noroeste do país.

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