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ONU diz que terroristas se beneficiam do narcotráfico

A Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes afirmou que a instabilidade e os conflitos que afetam o Oriente Médio facilitam o tráfico

Internacional|Da EFE

Relatório foi apresentado em Viena, na Áustria
Relatório foi apresentado em Viena, na Áustria

O órgão da ONU encarregado de zelar pelo cumprimento dos tratados internacionais sobre drogas afirma que grupos terroristas, entre eles jihadistas, poderiam se beneficiar do tráfico de narcóticos no Oriente Médio.

"A instabilidade e os conflitos armados que afetam todo o Oriente Médio seguem facilitando o tráfico de entorpecentes", informou a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) em seu relatório anual, apresentado em Viena, na Áustria, nesta terça-feira (5).

Entre as substâncias mais traficadas está o "captagon", um estimulante sintético que mistura anfetamina e cafeína, conhecido como "a droga dos jihadistas" por seu suposto uso entre os combatentes do grupo terrorista Daesh.

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O consumo desse estimulante aumenta a atenção e a motivação, ao mesmo tempo em que retarda a sensação de cansaço e, em parte, inibe a sensação de perigo.


"O 'captagon' falsificado se transformou em uma das drogas mais populares nas zonas de guerra do Oriente Médio e poderia constituir uma fonte de receita para os grupos terroristas e insurgentes", indicou o órgão independente que faz parte do sistema das Nações Unidas.

"A falta de controle e vigilância deu lugar ao aumento da fabricação de comprimidos de 'captagon' em determinados países do Oriente Médio", afirmou a Jife, que insistiu que o tráfico desse narcótico poderia financiar as ações de grupos terroristas.


"O 'captagon' se transformou em uma das drogas favoritas nas zonas de guerra do Oriente Médio, pois é consumido em situações de combate", segundo o documento da Jife.

Além das zonas de combate, o "captagon" é uma das drogas mais populares entre os jovens do Oriente Médio e seus principais mercados estão nas ricas monarquias do Golfo Pérsico.


A Jife lembra que o Líbano é um dos maiores produtores de resina de cannabis (haxixe) do mundo e que, no Iraque, o cultivo de papoula e a fabricação de heroína estão em alta.

Os especialistas da Jife assinalam que o consumo de tramadol, um analgésico parecido com a morfina que causa forte dependência, está aumentando em muitos países da região e "há indícios de que alguns grupos terroristas também poderiam estar envolvidos no tráfico dessa substância".

O documento afirma que também há indícios da produção de drogas na Síria, que está imersa em um longo conflito que já dura oito anos.

"A Turquia comunicou que o tráfico de 'captagon' fabricado ou comercializado no Oriente Médio, especialmente na Síria, por grupos terroristas e insurgentes, entre outros, continua passando por seu território", segundo o relatório.

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