ONU instaura investigação sobre mortes e tortura na Venezuela
O embaixador da Venezuela na entidade, Jorge Valero, rejeitou a 'solução hostil' e disse que ela faz parte de uma campanha liderada pelos EUA
Internacional|Do R7
O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) decidiu, nesta sexta-feira (27), estabelecer uma missão internacional para documentar violações na Venezuela, incluindo tortura e milhares de execuções sumárias.
O embaixador da Venezuela no conselho, Jorge Valero, rejeitou a "solução hostil" --apresentada por países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru, que estão recebendo os refugiados venezuelanos--, e disse que faz parte de uma campanha liderada pelos Estados Unidos.
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"Esse pequeno grupo segue precisamente instrumentos entregues a eles pelo império americano, esses são vergonhosos assuntos da administração do presidente Trump", disse Valero.
O fórum de Genebra acatou o texto do Grupo de Lima a partir de uma votação de 19 a favor e 7 contra, com 21 abstenções no último dia de uma sessão de três semanas. As nações do grupo e a maioria dos países ocidentais reconhecem o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino legítimo da Venezuela.
"Acreditamos que passos sérios e confiáveis para contabilidade são necessários. E esses passos não podem ser encontrados dentro da Venezuela", disse a embaixadora brasileira Maria Nazareth Farani Azevedo.
A resolução condenou "a repressão e a perseguição generalizadas e direcionadas" por meio do que chamou de uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos, fechamento da mídia e degradação do Estado de Direito.
A alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, em um relatório divulgado em 4 de julho após sua visita ao país andino, disse que as forças de segurança venezuelanas estavam enviando esquadrões da morte para assassinar jovens, manipulando as cenas para fazer parecer que as vítimas resistiram à prisão.
"A ação do Conselho de Direitos Humanos envia uma mensagem clara às autoridades venezuelanas de que elas serão responsabilizadas por seus crimes", disse José Miguel Vivanco, da Human Rights Watch, em comunicado.