ONU: mundo deve se preparar para ondas de calor mais intensas

Vários países do hemisfério norte registram temperaturas extrema neste verão, situação que provoca incêndios e problemas de saúde

18/07/2023 - 07h40 (Atualizado em 29/03/2024 - 07h55)

ONU alertou nesta terça-feira (18) que o mundo deve se preparar para ondas de calor mais intensas, no momento em que várias regiões do hemisfério norte registram temperaturas extremas, que provocam incêndios e ameaçam a saúde da população.

"Estes eventos continuarão crescendo em intensidade e o mundo precisa se preparar para ondas de calor mais intensas", declarou John Nairn, especialista em calor extremo da Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à ONU.

"O fenômeno El Niño, recentemente declarado, vai apenas amplificar a incidência e intensidade de ondas de calor extremas", acrescentou em um encontro com imprensa em Genebra.

A onda de calor que afeta o hemisfério norte prossegue nesta terça-feira, com incêndios ativos na Grécia e nos Estados Unidos, assim como um possível recorde de temperatura para o continente europeu nas ilhas italianas da Sardenha e Sicília.

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As autoridades de saúde emitiram alertas para calor extremo nos Estados Unidos, Europa e Ásia, com recomendações para hidratação constante e para que que as pessoas se protejam do sol, em mais uma demonstração dos efeitos diretos da mudança climática.

"Um dos fenômenos notáveis que observamos é que o número de ondas de calor simultâneas no hemisfério norte multiplicou por seis desde os anos 1980. Esta tendência não mostra nenhum sinal de queda", afirmou o cientista da OMM.

Onda de calor brutal castiga cidadãos do hemisfério norte

O verão mal começou no hemisfério norte e os que vivem nessa parte do mundo já estão sofrendo com ondas brutais de calor. Nos Estados Unidos e em vários países da Europa, temperaturas escaldantes ilustram claramente os perigos das mudanças climáticas

Local: Las Vegas, no estado americano de Nevada

Segundo o site governamental heat.gov, mais de 100 milhões de pessoas estão sob alertas de calor nos Estados Unidos. Texas, Arizona, Nevada e Califórnia esperam condições potencialmente perigosas nos próximos dias, com registros recordes de temperatura, advertiu o Serviço Meteorológico Nacional americano (NWS)

Local: Houston, no estado americano do Texas

Na Europa, a situação não é diferente. No verão passado, apenas no continente, 60.000 pessoas morreram em meio às altas temperaturas, um dos eventos meteorológicos mais mortais

Local: Sevilha, cidade na região de Andaluzia, na Espanha

A grande maioria das mortes ocorreu entre pessoas com mais de 80 anos. A mortalidade foi 63% maior entre as mulheres

Local: Sevilha, cidade na região de Andaluzia, na Espanha

Por país, quem sofreu maior impacto durante o verão de 2022 foi a Itália, com 18.010 mortos, seguida por Espanha (11.324), Alemanha (8.173) e França (4.807 mortos)

Local: Roma, capital da Itália

Nos próximos dias, os termômetros podem chegar até os 48ºC nas ilhas italianas da Sicília e Sardenha, no Mar Mediterrâneo. De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), estas são "potencialmente as temperaturas mais altas já registradas na Europa"

Local: Roma, capital da Itália

A OMM advertiu que as temperaturas na superfície do Mediterrâneo serão "extremamente altas nos próximos dias". As ondas de calor marinho têm efeitos devastadores sobre as espécies que ali vivem, sobre sua sobrevivência e suas migrações, e também podem ter consequências negativas para a pesca

Local: Palavas-les-Flots, comuna na França

Na Grécia, outro país europeu afetado pelas altas temperaturas, a expectativa é que a temperatura ultrapasse os 40º C. Em 2022, o país enfrentou a pior onda de calor em 35 anos, com máxima de 43º C

Local: Nafplion, cidade turística na Grécia, a cerca de 200 quilômetros de Atenas

Nesta sexta-feira (14), o Ministério da Cultura da Grécia anunciou que, pelo segundo ano consecutivo, a Acrópole, monumento mais visitado do país, teve que ser fechada durante as horas mais quentes do dia

Local: Thessaloniki, cidade portuária na Grécia

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