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ONU teme o colapso da 'ordem pública' em Gaza, onde Israel intensifica sua ofensiva

Secretário-geral da ONU, António Guterres lamenta não haver parada humanitária, enquanto Israel intensifica os ataques

Internacional|Do R7

ONU afirma que situação é cada vez mais desesperadora
ONU afirma que situação é cada vez mais desesperadora

O Exército de Israel intensificou os seus bombardeios e a sua ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, onde a ONU (Organização das Nações Unidas) alertou sobre uma situação "cada vez mais desesperadora" e a "ordem pública" em colapso, após os saques nos seus centros devido à limitada ajuda humanitária que chega ao enclave. 

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"A situação em Gaza se torna cada vez mais desesperadora, de hora em hora. Lamento que em vez de uma pausa humanitária cruelmente necessária […] Israel tenha intensificado as suas operações militares", disse neste domingo (29) o secretário-geral da ONU, António Guterres. 

Neste sábado (28), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, havia anunciado o início de uma "segunda fase" da guerra contra o movimento islamista Hamas no enclave palestino, que será "longa e difícil". 


O Exército de Israel, cujos soldados e tanques operam no terreno desde sexta-feira (27) à noite, anunciou neste domingo que aumentou o seu efetivo e as operações terrestres na Faixa de Gaza.

O Exército continua a intensificar os seus bombardeios no enclave de 362 km², em resposta ao ataque sangrento sem precedentes realizado pelo grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro, em Israel. 


Cerca de 1.400 pessoas, a maioria civil, morreram em Israel durante o ataque, e outras 230 foram sequestradas pelo grupo palestino, segundo as autoridades israelenses. 

Por outro lado, o Ministério da Saúde do Hamas, que controla Gaza desde 2007, afirmou neste domingo que mais de 8.000 pessoas morreram na Faixa devido à guerra, "metade delas crianças". 

Desde 9 de outubro, Israel impôs um "cerco total" ao território palestino onde vivem 2,4 milhões de pessoas, interrompendo o fornecimento de água, alimentos e eletricidade. 

A agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) indicou neste domingo que milhares de pessoas saquearam seus centros de distribuição, "um sinal preocupante de que a ordem pública está começando a desmoronar" na Faixa. 

Neste domingo, dez caminhões com ajuda humanitária entraram pela fronteira com o Egito, elevando para 94 o número de veículos desse tipo que chegaram ao enclave desde 21 de outubro, segundo o Crescente Vermelho palestino.

Em Rafah, os moradores ainda lutavam para conseguir pão neste domingo. "Estamos na fila desde as 5h30. [...] Não temos certeza" se conseguiremos alguma coisa, disse Aisha Ibrahim, uma pessoa deslocada do norte de Gaza.

O Exército de Israel afirmou que os seus aviões, "guiados por tropas [no terreno], atingiram [neste domingo] estruturas militares do Hamas no norte da Faixa de Gaza" e que foram disparados foguetes do território palestino em direção ao centro e ao sul de Israel. 

Dois soldados israelenses ficaram feridos durante a noite, um deles em combates com membros do Hamas, segundo o Exército.

Netanyahu declarou neste sábado que o Exército israelense vai "destruir o inimigo no solo e no subsolo", referindo-se às centenas de quilômetros de túneis a partir dos quais o Hamas conduz suas operações, segundo Israel. 

O objetivo desta "segunda fase da guerra" é "claro: destruir as capacidades militares e a liderança do Hamas e trazer os reféns para casa", disse ele.

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que "o governo israelense deveria tomar todas as medidas ao seu dispor para distinguir entre o Hamas — terroristas que são alvos militares legítimos — e civis, que não o são".

O líder israelense reuniu-se neste sábado com familiares de reféns do Hamas, cada vez mais insatisfeitos com a "completa incerteza", disse Haim Rubinstein, seu porta-voz. "As famílias não dormem, querem respostas", acrescentou. 

Quatro mulheres foram libertadas até agora. O Hamas afirmou que "cerca de 50" reféns morreram por causa dos bombardeios israelenses. 

O líder do movimento islamista em Gaza, Yahya Sinwar, declarou no sábado que estava disposto a estabelecer "imediatamente uma troca para libertar todos os prisioneiros das prisões do inimigo sionista em troca de todos os reféns".

O Exército israelense instou os civis palestinos a "se mudar temporariamente" para o sul, "para uma área mais segura, onde poderão receber água, alimentos e medicamentos". 

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A intensificação dos bombardeios na Faixa de Gaza coincidiu com uma interrupção das comunicações e da internet, o que complica ainda mais os esforços de ajuda humanitária. Mas a rede estava sendo restaurada neste domingo, segundo a organização de monitoramento de rede Netblocks. 

O território palestino também enfrenta uma escassez de medicamentos. Algumas operações cirúrgicas são realizadas sem que os pacientes estejam completamente sedados, devido à falta de produtos anestésicos, alertou o MSF (Médicos sem Fronteiras) no sábado. 

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, 12 hospitais não funcionam mais na Faixa.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, cujo país apoia o Hamas, declarou neste domingo que Israel cruzou as "linhas vermelhas" ao intensificar sua ofensiva.

Uma das áreas sensíveis é a fronteira entre Israel e o Líbano. Neste domingo, houve novas trocas de disparos entre o Exército israelense e o grupo Hezbollah.

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