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Moradores de Gaza buscam por familiares após retorno gradual das redes de comunicação

Israel promoveu um apagão das telecomunicações enquanto as tropas e blindados avançavam contra os terroristas do Hamas

Internacional|Do R7

Ataques se intensificam na Faixa de Gaza
Ataques se intensificam na Faixa de Gaza

Os moradores da Faixa de Gaza procuravam por entes queridos e ouviam notícias de familiares mortos enquanto as comunicações retornavam gradualmente à região neste domingo (29), após um blecaute quase total quando as tropas e blindados de Israel avançaram contra o Hamas.

A ONU (Organização das Nações Unidas) também ressaltou que os palestinos estavam desesperados por comida e que a ordem civil estava em colapso após três semanas de guerra com os terroristas do Hamas e um cerco à faixa costeira.

Os combates foram intensificados na noite da última sexta-feira (27), quando as forças israelenses realizaram operações terrestres em Gaza, o que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descreveu como a segunda fase da guerra, que visa esmagar o Hamas.

Shaban Ahmed, um funcionário público que trabalha como engenheiro e tem cinco filhos, descreveu os ataques israelenses como o “dia do juízo final”. “Esta manhã descobri que meu primo foi morto em um ataque aéreo contra a casa dele na sexta-feira”, disse o homem, que permaneceu na cidade de Gaza apesar de um alerta israelense para que a população fosse para o sul.


"Só soubemos hoje. Israel nos isolou do mundo para nos exterminar, mas estamos ouvindo sons de explosões e estamos orgulhosos que os combatentes da resistência os detiveram a metros de distância."

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O principal porta-voz militar de Israel recusou-se a dizer se o país estava por trás do apagão das telecomunicações, mas declarou que faria o que fosse necessário para proteger suas forças. Os ataques aéreos israelenses têm atingido a cidade de Gaza desde a investida do Hamas, em 7 de outubro, ao sul de Israel. As autoridades disseram que pelo menos 1.400 israelenses foram mortos no dia mais fatal dos 75 anos de história do país.

Ahmed disse que os ataques aéreos, marítimos e terrestres de sexta-feira continuaram ininterruptos por horas. O Hamas afirmou neste domingo que continuava a confrontar as forças israelenses, que mantinham as operações terrestres. O Ministério da Saúde de Gaza disse que um total de 8.005 pessoas foram mortas desde 7 de outubro.

Ordem civil

Os palestinos lutavam para encontrar os entes queridos no meio do caos sangrento com uma crescente crise humanitária que afeta Gaza. Uma mulher, que procurava um de seus filhos, parou sobre os escombros na cidade de Gaza e gritou: “Não sei onde ele está”.

Na outra parte de Gaza, as pessoas procuravam por sobreviventes após os ataques aéreos israelenses no bairro de Al-Nasir. Um corpo foi retirado dos escombros, enquanto a fumaça subia. Uma mulher gritou. Outros carregavam os feridos.

Muitas pessoas têm estado coladas a rádios enferrujados em busca de notícias, que se tornaram o único meio de obter informações sobre os mais pesados ​​ataques aéreos israelenses na estreita Faixa de Gaza, um dos locais mais densamente povoados do mundo, com a internet e os telefones desligados.

Os serviços médicos ficaram tão sobrecarregados que as ambulâncias não atendiam mais chamadas. As pessoas atingidas pelos bombardeios dependiam de voluntários para levá-las para receber ajuda.

Os ataques aéreos concentraram-se fortemente em áreas no norte de Gaza, incluindo a cidade de Gaza, onde ocorriam incursões terrestres. Pessoas no sul da região disseram ter ouvido as explosões e viram o céu iluminar-se, mas não tinham meios de checar a situação de familiares e amigos nas áreas visadas.

"Gaza está isolada do restante do mundo. Os ataques estão acontecendo bem perto de nós, ao nosso redor, e ninguém consegue nos alcançar nem localizar o ataque", disse Um Yehia, morador de Gaza, que foi para o sul após o alerta israelense e agora está abrigado no hospital Nasser, em Khan Younis.

A barbearia de Bilal Abu Mostafa foi destruída há duas semanas. Tal como muitos habitantes de Gaza, ele se abrigou num hospital, onde os médicos lutam para acompanhar o ritmo das vítimas. Ele transformou uma ambulância danificada em uma barbearia improvisada. Ao escurecer, ele sobe até os quartos do hospital para cortar os cabelos de "pessoas gravemente queimadas ou quebradas e que não podem descer".

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