A oposição armênia exigiu nesta quarta-feira (11) que o primeiro-ministro, Nikol Pashinyan, renuncie até a meia-noite devido à assinatura do acordo de paz em Nagorno-Karabakh, que contempla a devolução ao Azerbaijão de grande parte dos territórios que a Armênia controlava até então na autoproclamada república. "Nossa proposta é a seguinte: Pashinyan deve renunciar até a meia-noite", disse o representante do partido Federação Revolucionária Armênia, Ishkhan Sagatelyan, em uma grande manifestação em frente à sede do Parlamento armênio. Milhares de manifestantes percorreram o centro de Erevan gritando "Nikol, traidor" para protestar contra a assinatura do acordo de paz com o Azerbaijão. De acordo com a Federação Revolucionária Armênia, que não tem representação parlamentar, outros partidos presentes no Parlamento conseguiram reunir as assinaturas necessárias para convocar uma sessão extraordinária nesta quarta-feira para discutir a renúncia do primeiro-ministro. O gabinete do primeiro-ministro garantiu que não permitirá que "elementos suspeitos" se aproveitem da crise e tomem o poder, e que usará "todos os meios legais" para evitar isso, segundo o chefe do gabinete, Eduard Aghajanyan. O governante de Nagorno-Karabakh, Arayik Harutyunyan, pediu para que a população não participe das manifestações contra o governo armênio em Erevan. O presidente do país, Armen Sarkissian, e o líder da Igreja Apostólica Armênia, Karekin II, também defenderam a estabilidade no país. Nos termos do acordo assinado na terça-feira, a Armênia perde o controle dos sete distritos adjacentes a Nagorno-Karabakh e também da segunda maior cidade do enclave, Shushi, que fica a apenas 11 quilômetros da capital, Stepanakert. Parte desses territórios já estava em posse do Azerbaijão como resultado da guerra que eclodiu em 27 de setembro e os outros - Agdam, Lachin e Kalbajar - serão entregues nos próximos dias. O monitoramento do cumprimento dos termos do acordo será realizado pelas forças de paz russas, que já começaram a se posicionar em Nagorno-Karabakh.