Oposição denuncia morte de 4 pessoas durante protestos no Haiti
Líder do movimento opositor afirmou que o número de vítimas é resultado do 'comportamento irresponsável de alguns agentes da Polícia Nacional'
Internacional|Da EFE
A oposição do Haiti denunciou, nesta sexta-feira (11), que quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nas manifestações para exigir a renúncia do presidente do país, Jovenel Moise.
O líder do movimento Setor Democrático e Popular, André Michel, disse à agência EFE que três das vítimas morreram em protestos organizados em Porto Príncipe. Já Jouby Joubert, 16, teria sido assassinado em incidentes ocorridos em St-Marc, cidade que fica a 100 quilômetros da capital.
O porta-voz da Polícia Nacional Haitiana, Gary Desrosiers, não confirmou as mortes. Segundo ele, apenas um agente da corporação ficou ferido em St-Marc, onde uma agência do Banco Nacional de Crédito foi incendiada.
Leia também
Michel afirmou que as mortes de hoje são resultado do comportamento irresponsável de alguns agentes da Polícia Nacional.
"O que está claro atualmente é que os dias de Jovenel Moise estão contados. Ele é rejeitado pela população haitiana. Todos os agentes envolvidos em violações dos direitos humanos serão perseguidos", disse o líder opositor.
Oposição quer a renúncia de Jovenel Moise
Na região metropolitana de Porto Príncipe, os policiais usaram gás lacrimogêneo para dispersar os centenas de manifestantes que tentavam se aproximar da casa de Moise para exigir a renúncia do presidente.
Durante a manifestação, a fotógrafa Rebecca Rockwell, da agência americana Associated Press foi atingida por estilhaços de uma garrafa lançada por manifestantes contra os agentes.
Ela cobria os incidentes deste sábado substituindo Chery Dieu-Nailo, que foi ferido no último dia 23 de setembro, quando um senador haitiano abriu fogo de forma indiscriminada na frente do Senado do país. Ele está sendo atendido na República Dominicana.
Durante as últimas quatro semanas, o Haiti tornou-se palco de manifestações violentas e mortes.
A corrupção, a escassez de combustível, a fome e a insegurança agravaram a crise, que está paralisando todas as atividades na região de Porto Príncipe e também em algumas cidades do interior do país.