Oposição organiza protestos contra presidente do Haiti
Nas primeiras horas do dia, algumas áreas da capital foram bloqueadas, enquanto as aulas foram suspensas
Internacional|Do R7
O Haiti, imerso em uma profunda crise política e econômica, vive nesta quinta-feira um dia de protestos contra o governo, coincidindo com o segundo aniversário da chegada ao poder do presidente do país, Jovenel Moise.
Nas primeiras horas do dia, algumas áreas da capital foram bloqueadas, enquanto as aulas foram suspensas e há pouca atividade nas ruas de Porto Príncipe.
Os protestos foram convocados por setores da oposição haitiana para exigir a renúncia de Moise.
Em comunicado, a Polícia Nacional advertiu que não ficará de "braços cruzados" se houver violência nos protestos, que os organizadores esperam terminar nos arredores da sede do Palácio Nacional.
Líderes opositores como Andre Michel e o ex-candidato presidencial Jean-Charles Moise apoiam o protesto, assim como o Grupo Petro Challenger, surgido em 2018 para exigir justiça nas supostas irregularidades no programa Petrocaribe, através do qual a Venezuela fornece petróleo ao Haiti país a preços baixos.
"Jovenel Moise é o obstáculo número um para o julgamento do Petrocaribe; o presidente não tem legitimidade nem poder de fazer nada. Ninguém acredita na palavra do presidente e em seu governo. O último exemplo é o estado de emergência econômica, é algo ridículo", afirmou Michel em entrevista coletiva.
O opositor se referia a uma série de medidas que o governo anunciou na última terça-feira (5), entre as quais figuram reduzir o custo dos bens de primeira necessidade, aumentar o acesso ao crédito das pequenas empresas, ajudas para o setor agrícola, o relançamento da atividade econômica e o reforço dos programas sociais.
"Eles (o governo) gastam o dinheiro, o roubaram e agora estão tentando enganar o povo com decisões que não servem para nada. Convocamos o povo a se mobilizar em todo o país para tirar estes corruptos do poder", expôs Michel.
A situação do Haiti piorou este ano por uma forte desvalorização do gourde e pela crise de eletricidade derivada da escassez de gasolina, após um 2018 marcado por sérias dificuldades no âmbito político, econômico e social, agravadas pelos protestos populares contra a corrupção e a impunidade.
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