Opositores de Maduro desistem de sessão no Parlamento por medo
Políticos não queriam ser agredidos pelos chamados "coletivos", grupos de civis armados simpatizantes do presidente, como aconteceu antes
Internacional|Da EFE
A maioria dos deputados opositores ao governo de Nicolás Maduro desistiu de participar da sessão desta terça-feira (21) na Assembleia Nacional, o parlamento da Venezuela, temendo serem agredidos pelos chamados "coletivos", grupos de civis armados simpatizantes do presidente do país.
"O que foi feito hoje é uma tentativa de acabar com a integridade física dos congressistas", disse aos jornalistas presentes Juan Pablo Guanipa, vice-presidente da Assembleia Nacional e que alegou ter o apoio de 91 dos legisladores presentes.
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Paralelamente, Luis Parra, respaldado como presidente da Assembleia pelo movimento chavista e um pequeno grupo dissidente da oposição, iniciou uma sessão no Palácio Federal Legislativo com um grupo indeterminado de parlamentares com os quais espera renovar o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Os deputados opositores se reuniram no começo da manhã na sede do partido Ação Democrática (AD) para irem juntos ao Palácio Legislativo, como tentaram fazer na semana passada.
No local, consideraram mandar uma comissão, assim como na última terça-feira, quando foram interceptados por "coletivos" e agredidos con pedradas. Também houve denúncias de que vários disparos foram feitos.
Tendo em vista que a situação poderia se repetir nesta terça-feira, Guanipa disse ao "povo venezuelano" que a sessão desta terça-feira será realizada fora da Assembleia.
"Vamos chamar o povo venezuelano para que na próxima terça-feira, dia 28, todos compareçamos juntos ao Palácio Federal Legislativo", disse Guanipa, que hoje não teve ao lado Juan Guaidó, eleito por 100 deputados fora da Assembleia Nacional como presidente do Parlamento, em oposição a Parra.
A sede da AN amanheceunesta terça cercada por oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) e alguns coletivos, chamados por Guanipa de "terroristas".