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Orcas criam ‘ferramentas’ de algas marinhas para coçar as costas umas das outras

Animais utilizam a alga marinha-touro, cujas propriedades físicas são ideais para a atividade, sendo firme, flexível e escorregadia

Internacional|Do R7

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Prática recebeu o nome de “allokelping” pelos pesquisadores
Prática recebeu o nome de “allokelping” pelos pesquisadores Divulgação/Current Biology

Pesquisadores identificaram um comportamento inédito entre orcas no Mar de Salish, no noroeste dos Estados Unidos. Os cetáceos foram flagrados utilizando pedaços de algas marinhas como ferramentas para esfregar o corpo de outras orcas, em um movimento coordenado que pode ter “função social e benefícios para a saúde da pele”, segundo o estudo.

O comportamento foi registrado por drones operados por cientistas do Centro de Pesquisa de Baleias, em parceria com a Universidade de Exeter. As imagens mostraram orcas mordendo e aparando caules de algas para, em seguida, posicioná-los entre o próprio corpo e o de uma companheira. Os dois animais então esfregavam a alga entre si por vários minutos.


A prática recebeu o nome de “allokelping”. Ao contrário de movimentos isolados com algas, já observados em outras espécies, o novo comportamento envolve dois animais, uma ação intencional de moldar o caule e repetição em diversos contextos sociais. Machos, fêmeas, jovens e adultos foram vistos participando da atividade, o que indica que o comportamento é difundido entre os grupos conhecidos como “residentes do sul”, um termo cunhado pelo próprio estudo também.

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As orcas utilizam a alga marinha-touro, cujas propriedades físicas parecem ideais para a atividade. Ela é firme, flexível e escorregadia, semelhante a uma mangueira cheia de água, o que pode facilitar a fricção entre as orcas. Além da estrutura da alga, o efeito antibacteriano também pode colaborar para a remoção de pele morta e parasitas.


A hipótese dos cientistas é que o allokelping serve para reforçar vínculos sociais, especialmente entre indivíduos com laços familiares ou de idade semelhante. Também pode desempenhar um papel parecido ao do toque em primatas, conhecido por reduzir o estresse e fortalecer relações dentro do grupo.

O estudo, publicado na revista Current Biology, é o primeiro a apontar o uso de ferramentas por mamíferos marinhos com fins de cuidado corporal.


As descobertas ocorrem em um momento crítico para a população de orcas residentes do sul. Restam apenas 73 indivíduos, segundo o último censo do Centro de Pesquisa de Baleias. As principais ameaças são a escassez de salmão Chinook, principal alimento das orcas, e a degradação dos ambientes costeiros, incluindo o desaparecimento de florestas de algas devido ao aumento da temperatura dos oceanos.

Os cientistas alertam que, se as florestas de algas continuarem a desaparecer, comportamentos como o allokelping também podem ser perdidos.

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