Órgão europeu acha 'prematuro' planejar fim de distanciamento
Especialistas da União Europeia recomendam que países ampliem testes para a população e outras medidas de segurança para preservar sistemas de saúde
Internacional|Da EFE
Eliminar agora as medidas de distanciamento social decretadas na Europa por conta da pandemia do novo coronavírus é "demasiadamente prematuro" de acordo com as evidências científicas disponíveis, alertou nesta quarta-feira (8) o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).
Sediado em Estocolmo, o órgão da União Europeia (UE) afirmou em nota que os países deveriam aumentar os testes em toda a população e os sistemas de vigilância, para monitorar as estratégias de levantamento e avaliar as consequiências epidemiológicas, antes de relaxar as restrições atuais.
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O ECDC destaca que, apesar do ritmo menor nos novos números de casos e mortes comunicados nos últimos dias por vários países, essas tendências deveriam ser analisadas "com precaução", já que ainda não há nenhum indicação de que a pandemia tenha atingido seu pico.
"As estimativas atuais sugerem que nenhum país ainda está perto de alcançar o limite necessário de proteção à população, o que significa que podemos prever uma transmissão sustentada do vírus se as medidas forem retiradas cedo demais", explicou a entidade no comunicado.
Projeções preocupantes
Como não existe uma vacina, será necessário manter medidas de distanciamento social durante "pelo menos alguns meses", para assegurar que a demanda por serviços médicos não seja maior que a oferta, adverte o ECDC.
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Os dados dos países da União Europeia e do Reino Unido revelam que 32% das pessoas diagnosticadas com covid-19 tiveram de ser hospitalizados. A taxa de mortalidade chega a 1,5% dos diasgnosticados e 11% dos que foram internados.
Para o ECDC, as possibilidades de um caso grave de covid-19 são "moderadas" para a população em geral e "muito altas" para os grupos de ruisco.
Da mesma forma, os riscos de aumentar a transmissão comunitária são "moderados" se as medidas de distanciamento forem mantidas e "muito altos" se elas forem insuficientes.
O órgão calcula que um possível colapso dos serviços de sáude tem um risco "alto" de acontecer com as medidas de mitigação do coronavírus. Caso elas não sejam suficientes, a possibilidade desse colapso é "muito alta".