Libertado pelo Hamas no último sábado (15), Yair Horn fez um apelo para a soltura imediata dos reféns que ainda são mantidos em cativeiro pelo grupo terrorista. “Eu estava lá, nos túneis do Hamas. Devo dizer a vocês: os reféns não têm tempo para esperar. Precisamos trazê-los todos de volta agora”, afirmou ele.Horn pediu a soltura do irmão dele, Eitan. “Todo mundo me pergunta: o que você precisa? E eu digo a eles que só preciso de uma coisa. Tragam de volta meu irmão e todos os reféns.”Dos 251 reféns sequestrados em 7 de outubro de 2023, 70 ainda permanecem em Gaza. Até agora, 19 reféns israelenses foram libertados sob o acordo de cessar-fogo, além de cinco reféns tailandeses.Yair Horn foi solto depois de mais de 16 meses em cativeiro ao lado de Sagui Dekel-Chen e Sasha Troufanov. Os três foram sequestrados do Kibutz Nir Oz durante o ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023 e permaneceram em poder dos sequestradores por 498 dias.Eles saíram das mãos dos terroristas trazendo consigo relatos de tortura, privação e medo. Informações divulgadas por membros da família a canais de mídia israelenses e à emissora pública Kan revelam que Dekel-Chen, que lutou contra terroristas no dia do ataque antes de ser capturado, acabou baleado no ombro durante o sequestro e passou as primeiras semanas de cativeiro em um hospital de Gaza. Ele foi torturado durante os interrogatórios por seus captores, carregando cicatrizes como prova do sofrimento.Além da tortura, os reféns foram mantidos em isolamento, sem acesso a informações sobre o mundo exterior ou sobre o destino dos parentes, descreve o jornal Times of Israel.“Ele [Dekel-Chen] chorava e lamentava por nós, temendo o pior, mas também mantinha esperança”, contou sua esposa, Avital, que estava grávida de sete meses à época do sequestro. Ele só soube do nascimento da filha, Shachar Mazal, após ser libertado. Os captores chegaram a dizer que ele tinha uma filha, mas ele não acreditou até que os representantes das Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram a notícia.Os três reféns ficaram mantidos em condições precárias, principalmente em túneis subterrâneos, sem acesso a cuidados médicos adequados. Horn, que perdeu 10 quilos durante o cativeiro, foi forçado a filmar um vídeo sobre seu irmão, Eitan, que também está refém. Dekel-Chen e ele conheceram outros reféns em diferentes momentos, mas o isolamento e a incerteza sobre o destino de seus entes queridos eram constantes.Troufanov, mantido em cativeiro pela Jihad Islâmica Palestina, passou a maior parte do tempo sozinho, sem acesso a televisão ou rádio. Ele só soube da morte do pai, Vitaly, após ser libertado. “Ele começou a chorar ao receber a notícia”, relataram representantes das IDF. Também descobriu que sua mãe, namorada e avó haviam sido libertadas durante uma trégua em novembro de 2023, mas não tinha conhecimento da luta de sua família por sua libertação.Apesar das condições físicas debilitadas, os três homens pareciam em melhores condições do que outros reféns libertados anteriormente, descritos como gravemente magros. Eles seguiram para apartamentos em Khan Younis pouco antes da libertação, a poucas centenas de metros de suas casas no Kibutz Nir Oz.O reencontro de Dekel-Chen com a família se tornou ainda mais emocionante por um motivo. Ao descobrir o nome da filha, Shachar Mazal, ele exclamou: “É perfeito!” Shachar significa “amanhecer” em hebraico, e Mazal, “sorte”. Já Troufanov enfrentou a dor de saber que seu pai não sobreviveu ao ataque de 7 de outubro.Os três reféns ficaram em Khan Younis, a poucos metros de suas casas no Kibutz Nir Oz, e aprenderam a falar árabe durante o cativeiro. Apesar das condições adversas, o estado geral de saúde dos reféns foi considerado estável pelo Centro Médico Sourasky de Tel Aviv.