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Página do Twitter ajudou portugueses durante furacão Leslie

Sistema de alerta oficial funcionou de forma restrita e rede social funcionou como informativo sobre a passagem da tempestade no país

Internacional|Carolina Vilela, do R7*

Coimbra foi a região mais afetada pelo furacão Leslie
Coimbra foi a região mais afetada pelo furacão Leslie Coimbra foi a região mais afetada pelo furacão Leslie

A conta do Twitter VOST Portugal ganhou mais de 3 mil seguidores em menos de 12 horas no final de semana passado, quando o furacão Leslie atingiu o país com ventos de 180 km/h.

O motivo: a rede social funcionou como um serviço de alerta e recomendações de segurança durante a tempestade. O furacão deixou pelo menos 27 pessoas feridas e 61 desalojados, segundo informou o jornal Observado.

Alerta de segurança

Mesmo que as consequências não tenham sido tão graves quanto a passagem da tempestade pela França, onde 23 pessoas morreram, os portugueses criticaram a ausência de alertas oficiais sobre a tempestade.

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O R7 entrevistou alguns brasileiros que estão morando atualmente em Portugal para saber como foi a passagem do furacão, mas ao invés de falar sobre a primeira experiência com o fenômeno, a principal reclamação foi que alguns deles não receberam o alerta.

Alerta enviado via SMS
Alerta enviado via SMS Alerta enviado via SMS

A estudante Julia Reis, que mora em Coimbra, onde aconteceu a maior parte dos estragos, não recebeu o comunicado dos serviços de emergência do governo.

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"Eu soube pela internet. De ínicio, mandaram um print em um grupo no Whatsapp com a notícia 'Furacão Leslie se aproxima de Portugal' e a orientação principal era não sair nas ruas" afirmou a estudante. "Não enviaram mensagem de texto, como quando tem risco de queimada — quando tem risco, eles mandam mensagem avisando."

Luma Sarra, estudante de publicidade da IADE em Lisboa, capital portuguesa também afetada pela tempestade, recebeu o alerta enquanto Heitor Monaco, aluno do mesmo curso, não recebeu.

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Apesar da falta do alerta por SMS, Luma informou que só se falava sobre o furacão nas televisões e que os comércios perto da marina de Lisboa fecharam as 16h30, do horário local.

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A equipe do VOST Portugal explicou ao R7 que esse método de aviso foi aprovado no país neste ano e que apenas as pessoas que "de algum modo" deram os seus dados à EMEL (Empresa Municipal de Lisboa) receberam as mensagens.

O governo está investigando porque o alerta foi dado por meio da empresa, que administra estacionamentos na cidade. A Agência de Proteção Civil negou que tenha pedido o envio.

"Até pessoas que estavam em Angola receberam a mensagem de alerta, quase 36h depois do Leslie, mas receberam", informou o VOST.

A equipe também ressaltou que a mensagem não foi enviada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e que eles "nem sequer tem conhecimento" sobre o assunto. 

Rede de comunicação informal

O VOST Portugal, que significa Voluntários Digitais Em Situações de Emergências na sigla em inglês, era comandado por quatro voluntários, mas conseguiu mais duas pessoas para cuidar da rede durante o final de semana para ajudar com as informações sobre o Leslie.

A conta na rede social foi criada em agosto e tinha como finalidade informar as pessoas sobre o incêndio em Monchique, que deixou dezenas de mortos.

Quando questionados sobre o motivo da criação do perfil, eles responderam que decidiram fazer uma contribuição para manter a população portuguesa bem informada já que, segundo eles, isso é uma "lacuna" nos canais oficiais.

Atualmente, o grupo começou a fazer parte do VOST Europe, perfil que faz esses tipos de alerta em toda a Europa. 

*Estagiária do R7 sob supervisão de Cristina Charão

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