Pai das crianças que ficaram perdidas na floresta é suspeito de agressão e abuso sexual
Manuel Ranoque negou que tenha estuprado uma das meninas, mas confirmou que agrediu a esposa
Internacional|Larissa Crippa*, do R7
Manuel Ranoque, pai de duas das quatro crianças resgatadas da floresta amazônica, está sendo acusado de violência doméstica contra a falecida mãe dos irmãos, segundo informações divulgadas pelo jornal El Colombiano.
A família materna dos sobreviventes também alegou que o homem abusava sexualmente de uma das meninas.
O suspeito negou ter abusado de qualquer uma das crianças, mas admitiu agressões físicas e verbais à parceira.
"Fisicamente muito pouco, porque tínhamos mais problemas de 'bate-boca'. Mas problemas familiares são entre marido e mulher. Isso não é fofoca para o mundo", disse Manuel à imprensa colombiana.
Manuel ainda alegou que o "exagero" da denúncia feita pela família de Magdalena Mucutuy, a falecida mãe, e as alegações sobre abuso sexual não passam de uma "rixa familiar" por dinheiro.
"As duas meninas mais velhas são como minhas filhas, eu as forneci educação e alimentação. Tudo isso é uma disputa econômica entre famílias. Eles me chamaram de estuprador, e a menina calou a boca deles dizendo que eu sou o pai dela, já esclareci isso", afirmou.
As crianças, de 13, 9, 5 e 1 ano, ainda estão se recuperando no Hospital Militar de Bogotá, na Colômbia, depois de terem sofrido um acidente de avião e passado 40 dias perdidos na floresta amazônica. A Justiça não permitiu visitas de Manuel por enquanto.
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"Eles não entenderam que venho procurando por elas há 40 dias. Isso me preocupa muito", relatou o suspeito. Os irmãos ficarão sob a custódia do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF), que está investigando possíveis maus-tratos e abuso dos quais podem ter sido vítimas.
Uma defensora da entidade assumiu o caso para análise, e a coordenação está sendo feita entre os escritórios de Bogotá e Meta desse instituto, pois parte da família Mucutuy reside nesse departamento. A Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (Opiac) também está acompanhando o processo.
Neste fim de semana, em declarações à imprensa, o suspeito afirmou que não deixará que o afastem das crianças. "Eu sei que essas pessoas descaradas podem começar a botar meus filhos contra mim, e eu nunca vou permitir", disse.
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