Pais que abandonaram filha para morrer coberta de larvas têm pena aumentada
Alun Titford e Sarah Lloyd-Jones foram condenados pelo homicídio culposo de Kaylea Titford, que morreu em outubro de 2020
Internacional|Maria Cunha*, do R7
Uma mãe e um pai que abandonaram a filha com obesidade mórbida para morrer coberta de larvas, no País de Gales, tiveram as penas de prisão aumentadas nesta sexta-feira (19).
As sentenças de Alun Titford, de 45 anos, e Sarah Lloyd-Jones, de 40 anos, — condenados no início deste ano por homicídio culposo por negligência grave contra Kaylea Titford — foram ampliadas no Tribunal de Apelação para dez e oito anos, respectivamente.
Os juízes disseram que as circunstâncias que levaram à morte da jovem "só podem ser categorizadas como extremas". Kaylea, que pesava quase 140 quilos, vivia em condições descritas como “impróprias para qualquer animal”, com roupas e lençóis que não eram lavados.
A adolescente, que tinha espinha bífida e usava cadeira de rodas, foi encontrada morta na casa da família na cidade de Newtown, Powys, em outubro de 2020, suja e com a pele ulcerada. As causas do óbito mostram que ela faleceu após sofrer uma inflamação e uma infecção por ulceração, decorrentes da obesidade e da imobilidade.
William Emlyn Jones KC, representante do Gabinete do Procurador-Geral (AGO, na sigla em inglês), disse: “Em virtude da combinação da duração da negligência, a natureza do sofrimento prolongado da vítima, a extensão da vulnerabilidade da vítima, a dependência absoluta de seus pais para cuidado e, finalmente, as terríveis condições em que ela foi deixada para viver e morrer, esta é uma ofensa que se enquadra na definição de 'extrema'”.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Sarah Lloyd-Jones havia sido presa originalmente por seis anos, enquanto Titford foi informado anteriormente que passaria sete anos e meio atrás das grades.
Antes do isolamento da Covid-19, Kaylea era descrita como “ferozmente independente e uma garota adorável e tagarela” por pessoas que a conheciam, mas durante a pandemia ela se tornou cada vez menos capaz de se mover e precisava de uma cadeira de rodas.
Um médico disse que as “consequências da negligência” que a jovem sofreu foram as piores que ele viu nos últimos 30 anos. A adolescente não via um profissional médico havia nove meses antes de morrer.
*Sob supervisão de Fabíola Glenia