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Com corpo coberto de larvas, adolescente morre após ser abandonada em quarto pelos pais

Kaylea Titford foi encontrada sem vida em casa, no País de Gales; promotora do caso lamenta por situação de 'miséria e degradação'

Internacional|Maria Cunha*, do R7

Kaylea Titford foi supostamente deixada para morrer em um quarto extremamente sujo
Kaylea Titford foi supostamente deixada para morrer em um quarto extremamente sujo

Um tribunal do País de Gales está julgando um casal acusado de matar a filha adolescente, após abandonar a jovem em péssimas condições de saúde dentro de um quarto imundo e coberto de larvas.

Alun Titford, de 45 anos, e Sarah Lloyd-Jones, de 39 anos, supostamente negligenciaram Kaylea Titford, de 16 anos, falhando no "dever de cuidado" de fazer a jovem se exercitar e dar a ela uma dieta saudável. Com isso, o peso da adolescente subiu para 146 kg e ela se tornou obesa mórbida.

O casal ainda é suspeito de não mantê-la limpa e "medicamente segura".

O juri ouviu que a estudante, que tinha espinha bífida, era "ferozmente independente" antes da pandemia. Ela participava com cadeira de rodas nas aulas de educação física.


No entanto, quando começou o isolamento social, Kaylea foi supostamente deixada para morrer em um quarto extremamente sujo dentro da própria casa, em Newton, no dia 10 de outubro de 2020.

Autoridades ouviram que ela estava "vivendo em condições impróprias para animais" e forçada a usar "tapetes de cachorro" para ir ao banheiro em um chão encharcado de urina.


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As unhas da adolescente não foram cortadas por seis meses e vermes "bem crescidos" foram encontrados pelo corpo dela. Além disso, os jurados foram informados de que havia mais de cem moscas em um papel no quarto de Kaylea e havia vestígios de excremento de inseto na cadeira de rodas.

O cabelo dela também estava emaranhado e a adolescente, que precisava de ajuda nas tarefas diárias, não o lavava havia "várias semanas".


A promotora Caroline Rees KC disse: "Ela viveu e morreu na miséria e degradação". 

Quando a polícia chegou à casa, uma policial ficou "quase doente" devido ao fedor de fezes não lavadas no banheiro da jovem. O tribunal também foi informado de que um paramédico podia sentir o cheiro de "carne podre".

"Depois que o corpo foi removido, os policiais puderam ver o estado da cama, que estava cheia de vermes, e havia um cheiro insuportável de amônia", acrescentou Caroline. 

Alun nega homicídio culposo por negligência grosseira e causar ou permitir a morte de uma criança. Já a mãe de Kaylea se declarou culpada das mesmas acusações, disseram os jurados.

O pai da jovem afirmou estar "chocado" com a morte da filha e disse que a adolescente era responsabilidade da mãe. O julgamento continua.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Lucas Ferreira

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