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Países europeus vivem pior semana da pandemia desde abril

Novos picos do número de infecções diárias levam autoridades a endurecer medidas para conter o avanço do coronavírus em meio à chegada do frio

Internacional|Do R7, com EFE, Reuters e Ansa

Grandes centros urbanos europeus voltam a endurecer medidas de contenção do vírus
Grandes centros urbanos europeus voltam a endurecer medidas de contenção do vírus

A Europa voltou a registrar nesta semana números preocupantes de novos casos de covid-19, enquanto governos locais tentam conter o avanço do coronavírus sem causar ainda mais danos à economia já fragilizada.

Dos 350 mil novos casos registrados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em todo o mundo na sexta-feira (9), 109,7 mil foram em território europeu. O continente também contabilizou, entre quinta e sexta, 950 mortes. 

Após um verão com ares de que o pior já havia passado, a chegada do outono — quando naturalmente a incidência de doenças respiratórias aumenta — algumas regiões da Europa já tiveram que adotar restrições na expectativa de frear a transmissão do coronavírus.

Espanha

Madri é uma das capitais europeias mais afetadas e tem restrições de mobilidade
Madri é uma das capitais europeias mais afetadas e tem restrições de mobilidade

Com um sistema de saúde colapsado no primeiro pico de casos, em março, a Espanha voltou a enfrentar dias difíceis.


Nesta semana, o Ministério da Saúde notificou 241 mortes por covid-19 em 24 horas — entre quinta-feira e sexta-feira. O número representa o dobro do registrado entre quarta e quinta: 126.

O país teve ainda 12.788 novos casos notificados na sexta-feira, totalizando desde o início da pandemia 861.112, com 32.929 óbitos.


A Espanha voltou a figurar no topo da lista de países com maior número de casos de covid-19 no mundo, na sétima posição, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, nos EUA.

Quase 40% dos novos casos foram registrados na região da Madri, instada pelo governo central a impor medidas mais duras de contenção do vírus.


Os números colocam Madri como uma das capitais europeias mais afetadas pelo vírus nesta segunda onda da pandemia, razão pela qual o governo espanhol decidiu, na sexta-feira, impor um estado de alarme na cidade e em outros oito municípios.

A ação agrava um impasse entre o governo do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e a chefe regional da capital de liderança conservadora, que acredita que as restrições são ilegais, excessivas e desastrosas para a economia local.

O estado de alarme durará 15 dias e terá as mesmas restrições de mobilidade e outras limitações que vigoravam até quinta-feira, antes de serem anuladas por um tribunal de Madri que considerou violar as liberdades dos cidadãos.

Itália

Governo italiano determinou uso de máscaras em locais abertos
Governo italiano determinou uso de máscaras em locais abertos

País que se tornou o retrato da crise da covid-19 no Ocidente, logo no início da pandemia, no fim de fevereiro, a Itália registrou na sexta-feira 5.372 novos casos: maior número para um único dia desde 28 de março.

Naquela época, o país enfrentava o pico da pandemia e vivenciava as primeiras semanas do lockdown decretado pelo governo. Essa também é a sétima maior cifra de novos casos em 24 horas desde o início da crise. O recorde é detido por 21 de março, com 6.557.

De acordo com o boletim atualizado do Ministério da Saúde, a Itália soma agora 343.770 diagnósticos positivos e 36.111 óbitos causados pelo novo coronavírus, após um acréscimo de 28 vítimas em um dia, seis a mais que na quinta-feira.

A principal responsável pelo aumento expressivo dos casos nesta sexta é a Lombardia, epicentro da pandemia no país e que registrou 983 contágios em 24 horas. A Campânia, que vinha liderando a estatística em outubro, teve 769.

Em seis dias, a Itália já superou o número de novos casos da semana passada: são 21.020 diagnósticos positivos desde domingo (4), contra 14.650 da semana passada inteira. Agora o país acumula 12 semanas seguidas de aceleração na pandemia.

Nesta semana, o governo italiano impôs a obrigação do uso de máscara também em locais ao ar livre

Inglaterra

'Aja agora para evitar um lockdown local', diz outdoor da Prefeitura de Manchester
'Aja agora para evitar um lockdown local', diz outdoor da Prefeitura de Manchester

O número diário médio de casos de covid-19 na Inglaterra dobrou em uma semana, mostrou um levantamento de infecções do ONS (Escritório de Estatísticas Nacionais) na sexta-feira, aumentando o temor de que a epidemia esteja voltando a crescer exponencialmente.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está tentando combater uma segunda onda de covid-19 com medidas locais na tentativa de evitar outro lockdown nacional.

Mas, segundo a estimativa do ONS, os casos novos de covid-19 na Inglaterra estavam em cerca de 17.200 por dia na semana encerrada em 1º de outubro — na semana anterior essa média foi de 8.400 por dia.

A especificação dos números diários do ONS mostrou que, em 1º de outubro, os casos estimados haviam subido para 21.300.

Aproximadamente 224,4 mil pessoas da Inglaterra tiveram covid-19 na última semana, ou uma em 240, um aumento de 92% de infecções na comparação com a semana anterior.

O governo inglês planeja medidas adicionais de apoio ao emprego para setores que podem ter que fechar nas próximas semanas em resultados de lockdowns locais.

França

Parisienses fazem fila para realizar teste de covid
Parisienses fazem fila para realizar teste de covid

A França registrou o recorde de 20.339 novos casos em 24 horas, informou a Agência Nacional de Saúde Pública, na sexta-feira. 

O país também teve 62 mortes por covid-19 no período.

Em meio a uma aumento preocupante de novos casos de covid-19, o governo francês anunciou ontem a abertura de 4.000 leitos hospitalares adicionais.

O presidente do conselho científico instituído pelo governo francês, Jean-François Delfraissy, alertou que a crise do coronavírus vai durar até o próximo verão e que a população deve se preparar para "seis meses muito difíceis".

O ministro da Saúde, Olivier Véran, anunciou quinta-feira que a partir deste sábado mais quatro cidades (Lyon, Lille, Grenoble e Saint Étienne) entrarão no nível de alerta máximo em que já estão as zonas urbanas de Paris e Marselha Aix-en-Provence, assim como a ilha de Guadalupe, no Caribe.

Além disso, a situação será monitorada em outras duas cidades — Toulouse e Montpellier — porque se a situação ali piorar, elas também entrarão em alerta máximo na próxima semana.

Os anúncios de Véran vieram depois que os números de novas infecções na quinta-feira foram conhecidos, que estavam novamente em níveis recordes, com 18.129 casos em 24 horas.

Desde o início da pandemia, 691.977 pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus na França, segundo os registros oficiais, sendo que 32.630 perderam a vida.

Portugal

Presidente português fala em novas regras
Presidente português fala em novas regras

Portugal registrou na sexta-feira, segundo a DGS (Direção Nacional de Saúde), mais 1.394 casos de infecção pelo novo coronavírus, marca superada apenas pela do dia 10 de abril, que foi de 1.516, recorde desde o início da pandemia da covid-19.

Com a quantidade de novos positivos notificados, o total de casos no país subiu para 83.928. Destes, segundo o balanço oficial, 29.702 seguem sendo considerados ativos.

Além disso, em 24 horas, a DGS contabilizou mais 12 mortes por consequência da covid-19, o que eleva a quantidade desde o princípio da propagação do novo coronavírus para 2.062.

"Nenhum de nós quer parar a economia e aumentar o desemprego, mas precisamos estar conscientes e seguir as regras que serão implementadas", disse o presidente o país, Marcelo Rebelo de Sousa, em mensagem dirigida à população.

Desde 15 de setembro, Portugal está em estado de contingência, com a adoção de algumas medidas de restrição, que vigorarão, pelo menos, até a próxima quarta-feira.

Entre elas, está a definição de horários de abertura e fechamento de estabelecimentos comerciais, a limitação de aglomerações a dez pessoas, entre outras.

República Tcheca

A República Tcheca — atual epicentro de infecções na União Europeia, com 375 casos por 100 mil habitantes — registrou na sexta-feira 5.394 novos casos. 

No mesmo dia, um novo novo pacote de medidas para tentar conter o vírus entrou em vigor no país da Europa Central, com o fechamento de cinemas, teatros e academias, além de restrições de horário em bares e restaurantes, enquanto todas as visitas a hospitais e instituições de permanência de idosos estão proibidas.

Alemanha

Alemães fazem fila em centro de testagem na capital, Berlim
Alemães fazem fila em centro de testagem na capital, Berlim

O número de novas infecções na Alemanha ultrapassou 4.500 por dia na sexta-feira, a maior marca desde meados de abril.

No total, em 24 horas, foram registradas 4.516 infecções, notificou o Instituto Robert Koch, órgão do governo que faz o monitoramento.

O número total de casos desde o início da pandemia subiu para mais de 314 mil, com 9.589 mortes, 11 das quais reportadas entre quinta e sexta. O número de pacientes recuperados é de 271 mil.

A progressão das últimas semanas levanta preocupações de que o pico das infecções no auge da primeira onda na Alemanha seja atingido em breve.

Entre o final de março e o início de abril, ocorreram cerca de 6.000 novos casos por dia. Em junho havia caído para 300 ou 350, mas a partir de julho voltaram a subir continuamente.

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