Paquistão e talibãs pedem reinício das conversas de paz com EUA

O governo do Paquistão e os talibãs afegãos afirmaram nesta quinta-feira (3) ser necessário retomar "o quanto antes" as negociações de paz entre os insurgentes e os Estados Unidos, interrompidas no início de setembro pelo presidente americano, Donald Trump.

"As duas partes concordaram com a necessidade de retomar o processo de paz o mais rápido possível", disse o Ministério das Relações Exteriores paquistanês, pouco depois de uma reunião entre o ministro, Shah Mehmood Qureshi, e representantes dos talibãs afegãos em Islamabad.

Qureshi esteve reunido com uma delegação de 12 membros da Comissão Política Talibã presidido pelo cofundador do talibã, o mulá Baradar, que passou oito anos preso no Paquistão.

Reduzir a violência no Afeganistão

No comunicado, as autoridades paquistanesas enfatizaram a necessidade de "reduzir a violência" no Afeganistão para retomar as negociações, no meio de uma campanha talibã que atinge o país com seguidos atentados.

Após a primeira reunião, a delegação insurgente se reuniu com o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan.

Pouco antes da reunião, o porta-voz da delegação talibã, Shahabuddin Dilawar, disse em uma mensagem de áudio que discutiriam com Islamabad "assuntos políticos", especialmente a situação dos "milhões de refugiados afegãos" em solo paquistanês e "seus problemas em educação, saúde e condições de moradia", assim como o trânsito entre os dois países.

Encontro com o governo

Um porta-voz da embaixada americana tinha antecipado ontem à Agência Efe que o representante especial dos Estados Unidos para a paz e o interlocutor dos talibãs, Zalmay Khalilzad, está em Islamabad para se reunir com o governo paquistanês.

Porém, a fonte preferiu não esclarecer se Khalilzad se encontrará com o Talibã.

Há menos de um mês, os Estados Unidos pareciam estar perto de chegar a um acordo com o partido insurgente, que incluía a saída das tropas americanas do país após meses de negociações.

No entanto, Trump desistiu da série de negociações de paz, realizadas no Catar por mais de um ano, após um ataque em Cabul que matou 11 pessoas, incluindo um soldado americano.